Investimento em genética bovina

Na busca de um melhor rendimento na atividade rural, o mineiro Epaminondas de Andrade resolveu investir na pecuária, mas totalmente voltada ao melhoramento genético dos animais, com vendas de reprodutores e matrizes de gado nelore. “Faço genética para produzir carne de melhor qualidade, que é uma tendência na pecuária brasileira”, disse o proprietário da Fazenda Vale do Boi, na cidade de Carmolândia, no interior de Tocantins. O estabelecimento de Andrade é um exemplo de gestão profissionalizada. Apesar de a fazenda – que faz cria, recria e engorda de animais – ser gerida por ele e seus dois filhos, Paulo e Ricardo, ela é toda informatizada, com custos extremamente controlados e planejamento de recuperação de pastagens.

“Todo o melhoramento genético é da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ)”, explica o pecuarista que está há mais de 40 anos no ramo. O rebanho atual é de 3 mil cabeças de gado, sendo o giro anual de 800 cabeças/ano. Essa profissionalização vem do histórico profissional do proprietário, que antes de ter a fazenda em Tocantins, fez carreira em empresas do setor em São Paulo. “Chegamos a trabalhar com um rebanho de 3,6 mil cabeças, mas tivemos que reduzir em virtude da crise. Estamos assustados com o que está acontecendo na pecuária.”

“Meus clientes estão descapitalizados e as parcelas fechadas nas vendas em leilões não estão pagando os custos”, declarou o pecuarista. “O mercado de touros é o primeiro a sofrer o impacto. O problema é que, quando há alta, é o último a reagir. Temos uma pressão muito forte por produtividade”, completou o filho Ricardo, ressaltando que as margens da fazenda estão sendo cada vez mais apertadas, mas ainda são maiores do que estabelecimentos com rebanho comercial.

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