Na visão de Epaminondas de Andrade, proprietário da Fazenda Vale do Boi, situada em Carmolândia, município vizinho a Araguaína, no norte do Tocantins, que participou como palestrante do Circuito ExpoCorte, a pecuária, se bem feita, pode ser uma atividade bastante lucrativa ao produtor. “A atividade apresenta um risco baixo frente há outras e uma liquidez incomparável se bem executada”, acrescenta. Epaminondas demonstrou a realidade de sua propriedade, que trabalha com as atividades de cria, recria e engorda de animais Nelore, fazendo melhoramento genético de animais PO da raça, através da ferramenta PMGZ da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu. “Em uma área de 1.900 hectares, sendo 1.400 de pastagens, temos 3.500 cabeças de gado Nelore, sendo 1.200 matrizes”, comenta. Ele conta que os preços do boi gordo nunca estiveram tão atrativos no estado do Tocantins quanto agora, com a arroba cotada a R$ 120,00 e o preço do bezerro desmamado com peso entre 6 a 7 arrobas cotado a R$ 1.000,00. “Mesmo assim vejo pessoas reclamando dos preços, que eles estão muito caros, que está difícil comprar gado”, argumenta. Essa situação ocorre em função da ausência de uma adequada adubação do solo e do baixo rendimento obtido por animal. “Temos tido uma boa produtividade, adotando um manejo racional, melhorando a fertilidade do solo, utilizando uma água de melhor qualidade, fazendo um melhoramento genético do rebanho em todas as fases de cria, recria e engorda com o devido acompanhando das métricas e resultados, com o intuito de obter lucratividade”, comenta. Epaminondas afirma que a rentabilidade da atividade pecuária pode ser melhor ou pior dependendo do manejo realizado. “Utilizando uma pastagem normal e sal mineral como suplementação é possível obter um retorno de R$ 600,00 por hectare, considerando uma produtividade baixa, de 5 arrobas por hectare. Aumentando a produtividade para 6,5 arrobas e utilizando uma pastagem com proteínas e energéticos, com suplemento de sal mineral, é possível ter um retorno por hectare de R$ 780,00. Já adotando uma lotação de dois animais por hectare e tendo uma produtividade de 7 arrobas, com o uso de uma pastagem corrigida e adubada com proteínas e energéticos, acrescida de um suplemento com sal mineral, o que é feito na fazenda Vale do Boi, esse valor cresce para R$ 1.680,00 por hectare”, compara. Epaminondas destaca que tirando todos os custos envolvidos nos três diferentes exemplos, a lucratividade real com a produtividade de 5 arrobas é realmente baixo, de R$ 120,00 por hectare, a de 6,5 arrobas é um pouco maior, de R$ 139,00 por hectare, mas a de dois animais de lotação com produtividade de 7 arrobas cada um é bem mais atrativa, chegando a R$ 614,00 por hectare. “Podemos ver que com esses números é possível ver que a atividade gera resultado”, conclui.