No último sábado, 25 de Setembro, a Vale do Boi recebeu produtores e amigos da região para ouvir Evandro Macedo de Freitas, especialista em integração lavoura pecuária da Agroquima, parceira de longa data da fazenda, sobre como escolher o melhor capim.
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Água limpa para maior produção
Pesquisas comprovam que os animais diminuem o consumo de água quando não encontram fontes limpas. Além disso, excesso de sulfatos, por exemplo, substâncias presentes em esgotos, podem causar problemas como queda de desempenho, infertilidade e baixa imunidade.
Água fornecida aos animais vem do mesmo reservatório que abastece a sede da fazenda.
Por Renato Villela
A Fazenda Vale do Boi, de Epaminondas de Andrade, selecionador de Nelore do Tocantins, conta com 98 bebedouros, um número alto, considerando-se que a fazenda faz pastejo rotacionado, mas Seu Epaminondas preferiu não trabalhar com praças de alimentação centrais. Os bebedouros ficam dentro dos piquetes ou em suas divisas. “A fazenda já estava organizada assim e decidimos não mudar”, justifica o selecionador, que dessa forma, diminuiu disputas por água e situações de estresse dentro dos lotes, garantindo o bem-estar animal.
Outra preocupação constante é com a qualidade hídrica. Tanto a sede da propriedade quanto os pastos são abastecidos pelos mesmos reservatórios. “A água que o gado bebe é a mesma que a gente toma”, diz o produtor. Para evitar desperdício, Seu Epaminondas usa bebedouros menores, com capacidade entre 1.200 e 600 litros, uma tendência hoje defendida por consultores. “Com isso, temos de jogar menos líquido fora quando esvaziamos esses recipientes para lavagem”, justifica.
Os bebedouros passam por manutenção periódica e os reservatórios são cobertos para evitar contaminação, como as caixas d’água nos centros urbanos, uma providência que raramente se vê nas propriedades rurais. “Se os reservatórios fossem abertos pegariam sol e poeira, acumulando lodo, que chega até a entupir o encanamento”, diz Seu Epaminondas.
Mas não é só. O fato de os reservatórios serem cobertos evita o acesso de aves que podem, por exemplo, defecar em seu interior, contaminando a água, e a incidência da radiação solar favoreceria o desenvolvimento de algas, que poderiam ser levadas pelos canos. “Nossas observações de campo mostram que os animais não bebem água quando alguns tipos de algas estão presentes. Eles têm repulsa”, afirma Mateus Paranhos, do Etco.
Boi quer água pura
Essa percepção tem sido comprovada por pesquisas. João Luís Santos, da Especializo Gestão de Recursos Hídricos, de Campinas, SP, cita um estudo realizado no Canadá sobre concentração de estrume na água e restrição de consumo. Constatou-se que 0,05 mg de estrume por litro já é percebido pelos animais, fazendo-os procurar outras fontes, caso tenham essa opção.
“É uma concentração muito pequena, principalmente se considerarmos que um animal pode gerar até 20 kg de estrume por dia, quantidade suficiente para contaminar 40 milhões de litros de água”, diz. A pesquisa mostrou que, caso o animal não disponha de fonte alternativa, reduzirá o consumo de água se a concentração de estrume subir para 2,5 mg/l. A partir de 5 mg/l, já cai o consumo de forragem. “É muito fácil encontrar concentrações desse nível na água que os animais bebem”, afirma.
A contaminação microbiológica não é o único parâmetro avaliado. Há outros critérios de qualidade como odor e sabor, propriedades químicas e físicas, presença de elementos tóxicos e concentração de compostos minerais. O excesso de sulfatos, por exemplo, substâncias presentes em esgotos que contaminam a água, pode causar problemas como queda de desempenho, infertilidade e baixa imunidade, podendo até mesmo levar animais à morte.
Um estudo mostrou redução no consumo hídrico, consequentemente, no desempenho produtivo, em função de altas concentrações de sulfatos na água (veja tabela). O lote que ingeriu 400 mg de compostos por litro (dentro do limite de 1.000 mg, no caso de animais adultos, ou 500 mg/l, no caso de bezerros), bebeu 57 litros e ganhou 3,79 @. Já o quarto grupo, que ingeriu 1.700 mg de sulfatos/l, ganhou apenas 2,4@. Considerando-se o peso final dos lotes (375 e 322 kg, respectivamente), e a arroba a R$ 135, a diferença foi de R$ 187,38 a mais para o primeiro grupo.
“É um dinheiro que o produtor está deixando de ganhar por não ter água de boa qualidade”, diz. Com mais de 20 anos de experiência em gestão de recursos hídricos, Santos explica que, no meio rural, o problema está na destinação inadequada dos dejetos ou na deposição de fezes dos animais nos pontos de dessedentação, como as cacimbas. De acordo com ele, é preciso processar adequadamente o lixo, cuidar das fontes de água e preservar as nascentes.
“A prevenção é a melhor forma de ter água de qualidade na propriedade”. O especialista faz um apelo: “Precisamos valorizar nossos recursos hídricos. Não temos uma cultura de valorização, não consideramos a água um insumo produtivo, como a genética, a nutrição ou o pasto, e não temos noção do prejuízo que traz uma água de má qualidade à pecuária, devido a nosso próprio desconhecimento”.
Dimensionamento correto
Tão importante quanto a qualidade da água para o bem-estar dos animais é garantir-lhes boa oferta do precioso líquido e facilidade de acesso para dessedentação. Para isso, é necessário reduzir a distância a ser percorrida até a fonte de água e dimensionar corretamente os bebedouros.
“Restrição hídrica causa forte estresse, gerando não somente problemas de ganho de peso. Se o bovino se sentir ameaçado pela falta de água, vai mudar seu comportamento, movimentar-se mais, tornar-se mais agressivo. Isso também acontece se o bebedouro for insuficiente para o número de animais. Nós também ficaríamos agressivos se estivéssemos com sede, tivéssemos apenas um copo d`água e cinco pessoas querendo tomá-lo. Os animais não são diferentes de nós”, afirma Santos.
Conforme dados de pesquisa, para cada quilo de matéria seca consumida, o animal precisa ingerir entre 3,5 e 5,5 l de água e secretar 5 l de saliva. Um bovino adulto consome, em média, 50 l de água por dia. Segundo Adilson Aguiar, professor da Faculdades Associadas Uberaba e diretor da Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), para dimensionar o bebedouro, considera-se que, em média, apenas 10% do lote chegando para beber a cada vez, desde que os animais não estejam passando por restrição de água.
“Diante disso, recomenda-se 8 cm lineares para cada unidade animal”, afirma. A demanda por água depende do peso corporal dos animais. “Com base nele, calcula-se o consumo diário de matéria seca (MS) e a ingestão de água, que varia de 3,5 l a 5,5 l /kg de MS ingerida, dependendo de fatores como raça, idade do animal, estado fisiológico, temperatura, umidade relativa do ar etc”.
O professor recomenda que o cálculo da demanda considere a época do ano em que a capacidade de suporte das pastagens alcançará máximo nível. “Entretanto, se a bóia do bebedouro for de vazão total e os bebedouros estiverem bem posicionados de forma que os animais não precisem caminhar muito, não é preciso se preocupar com o espaço por animal e, sim, com a vazão”.
Detalhes fazem diferença
A utilização de bebedouros menores, como os da Fazenda Vale do Boi, requer alguns cuidados. O dimensionamento da rede hidráulica, por exemplo, deve obedecer a critérios técnicos. “Utilizamos canos de grosso calibre (50 a 75 mm), dependendo da distância a ser percorrida. Muitas vezes, para economizar, o produtor utiliza canos de apenas 25 mm. Se usá-los para levar água a distâncias acima de 5 km, vai chegar somente uma gota de água no local”, diz Ricardo.
Ricardo Andrade mostra tampa que protege a bóia.
As bóias utilizadas são de vazão total, que permitem enchimento rápido do bebedouro. Como nas demais instalações da fazenda, a diferença está nos detalhes. O ralo do bebedouro, que era de 1 polegada e, por isso, demorava demais para esvaziar, foi substituído por outro de 1,5 polegada. Em vez de um plug de rosca no cano, que exige chave para abrir ou fechar, Ricardo usa um “tape” para conexão em cano soldável, que é colocado ou retirado com facilidade.
A abertura para um cano de ¾ na entrada de água cedeu lugar a outro, de 1 polegada. “Enche mais rápido”, diz. Como a tampa de concreto do bebedouro pressionava a bóia para baixo, mantendo o volume mais baixo, fez-se uma depressão em sua parte interna. Assim, o bebedouro fica sempre cheio.
Além disso, o produtor deve dimensionar o reservatório de modo a garantir uma reserva de água para pelo menos dois a três dias, medida de segurança, caso ocorra algum problema no sistema hidráulico. Aguiar explica que os animais preferem água de bebedouros à de aguadas naturais, mesmo tendo acesso livre a ambas. Além de ter aspecto mais límpido, essa água apresenta temperatura mais alta do que a dos mananciais, um atrativo para os bovinos.
A temperatura hídrica influi no ganho de peso. “Um experimento com novilhas zebuínas indicou que as fêmeas que ingerem água aquecida pelo sol ganham 17% mais peso do que as que ingerem o líquido em temperatura ambiente”, afirma Aguiar. Resultados de outros trabalhos caminharam na mesma direção.
“Vacas paridas que ingeriram água em bebedouro ganharam 270 g a mais por dia do que as que beberam em um córrego, enquanto seus bezerros tiveram ganho de 140 g a mais por dia”, enumera o professor. A distância percorrida para beber água também impacta no desempenho. “Após 500 m de distância, a cada 1 km que os animais caminham potencialmente deixam de ganhar 40 g/km, se for plano, 53 g/km, se for levemente ondulado, e 60 g/km, se for ondulado”, frisa o professor.
Revista DBO – Edição 465 – Julho de 2019
www.portaldbo.com.br/revista-dbo-edicao-465-julho-de-2019/
www.portaldbo.com.br/agua-limpa-para-maior-producao/
AgroAmbiental entrevista Ricardo da Vale do Boi
#AGROAMBIENTAL: VIVIAN MACHADO ENTREVISTOU RICARDO ANDRADE – FAZENDA VALE DO BOI
Ricardo , gestor da propriedade, fala sobre as práticas de manejo responsáveis pelo nível de produtividade muito acima das médias nacionais e regionais. Desde os cuidados com as pastagens, preservação do solo, bem estar animal e alimentação do rebanho. Aplicando inovação e tecnologia.
Evento no Tocantins reúne pecuaristas e apresenta tecnologia para limpeza de pasto
Foi realizado na última sexta-feira, dia 23, em Carmolândia, estado do Tocantins, uma edição do Dia na Varanda na Fazenda Vale do Boi, do pecuarista Epaminondas de Andrade, promovido pela Corteva Agriscience, a divisão agrícola Dow DuPont, para lançar a tecnologia XT para os pecuaristas do estado.
No evento, cerca de 80 produtores, demais profissionais e estudantes, acompanharam também o lançamento do primeiro produto da linha, o Tordon XT, que ajuda no combate a plantas daninhas como as Sidas (guanxuma, guanxuma-branca ou malva-branca), fedegoso-branco, canela-de-perdiz, casadinha, cheirosa e carqueja.
Além disso, o dia de campo levou para um bate papo com os pecuaristas o zootecnista Adilson Aguiar, mestre em solo e meio ambiente e professor da Fazu.
Veja no vídeo abaixo : https://www.girodoboi.com.br/videos/dia-na-varanda-reune-pecuaristas-no-to-para-lancar-tecnologia-para-limpeza-de-pasto/
Sustentabilidade, a palavra de ordem
Revista Nelore – Setembro 2011
Se a pecuária brasileira não garantir uma produção sustentável estará fadada ao descrédito e à falência.
Para um negócio ser sustentável ele precisa ser ecologicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Pensar em pecuária sustentável leva a refletir como os diferentes agentes econômicos se organizam para produzir e entregar ao consumidor final um produto de qualidade e ambientalmente correto. Com isso, compreender como novas práticas de produção sustentável são adotadas, incorporadas e contratadas ao longo da cadeia produtiva, se transformou em uma questão chave para se viabilizar a atividade no País.
Fato é que a bovinocultura de corte pode ser definida como a arte de transformar componentes vegetais em proteína animal. Sendo assim, este processo pode ser feito com maior ou menor impacto sobre o meio ambiente , em razão da eficiência do sistema utilizado pelo produtor. Nos últimos anos, a pecuária de corte tem sido alvo de inúmeras críticas por parte de ambientalistas. Os Fatores específicos que influem a sustentabilidade de uma propriedade são a lucratividade e o uso que ela faz dos recursos naturais. Para que a fazenda (ou a empresa rural) seja sustentável, em longo prezo, é necessário que além lucratividade, o manejo de recursos naturais como o solo e a água sejam considerados como pontos fundamentais do negócio.
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Preocupação com o futuro
O criador Epaminondas de Andrade, da Fazenda Vale do Boi, há 40 anos dedicando-se à pecuária, afirma que a primeira coisa que o preocupa quando entra em uma propriedade rural, é o que ela tem pra ser utilizado e como ele pode melhorar o que já existe de bom. Andrade garante que todas as fazendas pelas quais já passou ficaram melhores do que quando nelas entrou. “A pecuária te estimula a pensar no futuro. Se não for assim, quatro ou cinco aos depois o produtor estará perdido”, admite.
O pecuarista diz que mesmo antes de se falar em sustentabilidade, quando o tema ainda não era “tão badalado” como é hoje, a maior parte dos pecuaristas sérios já se preocupava em como seria sua fazenda no futuro. “Ha 40 anos nem existia adubação de pastagens. O fazendeiro tinha de preservar aquilo ao seu redor , explorando menos e mantinha o pasto por mais tempo. Hoje, com os recursos técnicos existentes, pode-se explorar com mais intensidade, corrigir e adubar o solo. A coisa mais simples é ter um pasto melhor amanhã do que hoje”. Conhecedor da pecuária, seus problemas e soluções, ele adverte: “É impossível, contudo, ter um bom pasto se não preservar as nascentes e o solo, e permitir que a erosão domine a paisagem. Se não tomar todos esses cuidados não há tecnologia que garanta um bom pasto. Além disso, uma terra erodida, lavada, tem um custo altíssimo para ser recuperada”, garante.
Andrade conta que na sua fazenda havia muitas áreas degradadas, com erosões que poderiam esconder uma carreta. “A primeira coisa que fiz, antes mesmo de reformar os pastos, foi acabar com as erosões, impedindo que evoluíssem e tornar-se mais cara sua correção, além de aumentar os prejuízos que estavam causando para a natureza. Resolvida esta parte comecei a reformar as pastagens com correção e adubação do solo”, comenta. Com o solo desprotegido, qualquer chuva leva sua riqueza para o leito dos rios. “Não consigo conceber trabalhar a pecuária, a terra, sem pensar em seu futuro e, em última instância, no meu futuro. Quem faz diferente, se não está pagando uma conta alta por isso, pagará nos próximos tempos”, sentencia o criador.
Além de todos esses cuidados, Andrade ressalta a importância de se conscientizar todos aqueles que atuam dentro de uma fazenda. “Os que trabalham comigo já pensam como eu. Muitos dos meus empregados sabem que se não preservarem aquela arvorezinha que está crescendo, daqui a algum tempo eles podem precisar de uma sombra e não a terão. Nós que somos ruralistas temos de ter esses conceitos incrustados dentro da gente, como fundamento da nossa atividade”, admite o proprietário da Vale do Boi. Segundo ele, todas as casas de seus empregados têm árvores plantadas e jardins feitos. “Eu os estimulo e, muitas fezes, providencio a montagem do jardim. Isso é prazeroso”.
Quanto ao custo de todos esses cuidados, o fazendeiro garante que é mais caro recuperar o que já estragou. Arrumar leva milhares de horas de máquinas para cobrir, mudar e fazer voltar a fertilidade do solo. Não basta tapar o buraco com terra, afinal a natureza não se recompõe em um passe de mágica. Para ele, esse processo traz dois ingredientes importantes no resultado final: o econômico e o emocional. “Temos de aproveitar esse momento em que todos falam em sustentabilidade e fazê-la, não só pelo retorno econômico, mas pelo amor à natureza. Acaba tendo um troco, mas é bom chegar a um lugar onde tudo está preservado. Nem saberia medir o prazer que isso nos traz. Às vezes ele é maior que o financeiro”, conclui.
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Na Fazenda Vale do Boi o solo é sagrado
Noticiário Tortuga Jun 1996
No norte do Tocantins tem uma fazenda que cuida da terra com o máximo rigor tecnológico. Tudo para as pastagens suportarem o dobro da lotação convencional.
A Fazenda Vale do Boi está localizada a 35Km de Araguaína, norte do estado de Tocantins. Adquirida em 1983 pelo pecuarista Epaminondas de Andrade e seu sócio Renato de Carvalho Gelli, a Vale do Boi tem investido com determinação na aplicação de modernas tecnologias.
Para cuidar da fazenda, onde mora, Epaminondas de Andrade conta cm sua esposa e dois filhos, Paulo Henrique e o zootecnista Ricardo José. Eles administram 5.500 hectares, divididos em mais de 160 pastos, os quais estão formados com as gramíneas colonião, tanzânia, brachiarão, tangola, tifton e as leguminosas puerária e o calopogonio.
Monocultura – Esta variedade de forragens faz parte do pensamento dos administradores da fazenda para não torná-la uma monocultura de capim, facilitando dessa forma o manejo dos bezerros e da tropa de cria e de serviço (equinos e muares). A formação e manutenção das pastagens é um constante desafio para a fazenda, que recebe adubações e correções regulares do solo. Com este trabalho a Vale do Boi quer aumentar seu suporte que atualmente é de 8 mil cabeças, sendo a maior parte de recria e engorda.
O rebanho de cria vem de destacando como um dos melhores do estado do Tocantins, sendo a produção de machos na maioria destinada para o mercado de touros com idade de dois anos. São 1.100 vacas nelore “cara limpa” e 350 vacas nelore PO, estas inseminadas com sêmen dos melhores touros das centrais. O objetivo com o rebanho de cria é atingir a auto-suficiência na reposição da fazenda, evitando assim possíveis doenças e diminuindo a idade de abate.
Mineral – O cruzamento industrial tem sido feito de forma experimental, mas os primeiros resultados já mostram-se satisfatórios com raças simental e limousin. As fêmeas F1 com idade de 15 a 16 meses tem entrado em reprodução com peso de 300kg e os machos foram abatidos aos 27 meses, com peso acima de 18 arrobas, com rendimento de carcaça de 53,4%. Todos em regime de pasto no brachiarão e mineralizados com Fosbovi20.
A Vale do Boi avalia que estes resultados foram possíveis não só pela heterose, mas também pelo potencial de suas matrizes nelore, que sofrem criteriosa seleção para peso, fertilidade e habilidade materna, sem deixar de lado os padrões raciais e conformação.
Descarte – O peso médio à desmama do ano passado foi de 176,4 kg para machos e 160,4 kg para fêmeas aos sete meses. Os machos para fazerem parte da reserva da fazenda devem pesar no mínimo 190 kg. As novilhas nelore tem entrado na estação de monta com 280 a 300 kg entre 20 e 24 meses e as vacas vazias ou que desmamam bezerros leves são automaticamente descartadas.
Cliente da Tortuga há mais de vinte anos, Epaminondas de Andrade, 59 anos, mineiro de Uberaba, não abre mão da tecnologia. Utilizando Fosbovi20 com bons resultados, a Vale do Boi experimentou Nutriprima na última estação seca, obtendo ganhos de até 36 kg em 90 dias (julho a setembro) para bezerros e bezerras desmamados.
Visitas – Criador líder na região e recebendo em sua fazenda constantes visitas de pecuaristas e técnicos, Epaminondas de Andrade adotou os procedimentos abaixo para ter seu rebanho sob eficiente controle zootécnico:
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Todos os produtos nascidos na fazenda são tatuados com numeração sequencial de nascimento, carimbados com mês e ano na paleta esquerda, marcados e pesados à desmama;
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Os produtos do rebanho nelore PO fazem parte do controle de desenvolvimento ponderal da ABCZ, sendo pesados de 3 em 3 meses até os 21 meses de idade.