Arquivo da categoria: Noticia

Notícias sobre a Fazenda Vale do Boi, seus produtos e gestores na imprensa.

Água, a nova fronteira da sustentabilidade

No Dia Mundial da Água, a pecuária de excelência mostra o produtor pode gerir esse líquido precioso

Hoje, 22 de março, é o Dia Mundial da Água. Na pecuária, o uso da água é um dos temas mais debatidos por ambientalistas. Afinal, o boi é vilão nessa história? O repórter da revista DBO e zootecnista, Renato Villela, esteve no Tocantins para mostrar um trabalho de excelência na gestão da água. Chamados de “produtores de água”, os pecuaristas que se dedicam à causa vêm mostrando que ela é alimento para o gado e fonte de perpetuidade de seu patrimônio, ao  criar mecanismos de preservação.

Na reportagem de junho de 2019, Villela esteve com o produtor Epaminondas de Andrade, da Fazenda Vale do Boi, em Carmolândia, município a 27 km de Araguaína. Andrade recuperou nascentes e montou um sistema hídrico criativo para burlar a escassez e produzir mais. A reportagem está divida em 8 capítulos: 

Grande Susto, Produzindo Água, Sistema Interligado, Distribuição Ininterrupta, Travessia da Represa, Água Limpa para Maior Produção, Boi Quer Água Pura, Dimensionamento Correto e Detalhes Fazem Diferença.

A seguir você, confere um resumo de cada um desses capítulos. 

Santa Água

A água é a “nova fronteira” da sustentabilidade. Diretamente associada ao bem-estar animal (sede traz sofrimento) e à produção de carne (boi que não bebe não come), a água começa a escassear onde era abundante, colocando a atividade sob risco em vários pontos do País. “Usá-la de forma racional é questão de sobrevivência. Tê-la em abundância e qualidade, um direito dos animais”, diz Mateus Paranhos, coordenador do Etco, Grupo de Estudos e Pesquisa em Etologia e Ecologia Animal, da Unesp/Jaboticabal. Há forte pressão da sociedade nesse sentido, confirmada por estudos cada vez mais frequentes sobre comportamento animal e “pegada hídrica”, quantidade do recurso que se usa para obter um produto, desde a fazenda até a indústria, incluindo os insumos utilizados.

Nos sistemas fortemente baseados no confinamento de longa duração, como o norte-americano, fala-se em 15.415 litros para 1 kg de carne. Nos de pasto, como o brasileiro, esse número ainda não está disponível. Mas estudos iniciais da Embrapa indicam uma “pegada” menor. Muitos pecuaristas ainda não se deram conta, mas, além de produtores de bois, terão de se tornar produtores de água.

Andrade, um respeitado selecionador diz que a “intimação” veio da própria natureza. Quando chegou na região do Bico do Papagaio, há 35 anos, encontrou um modelo típico de pecuária extensiva: piquetes grandes, com divisões atreladas a pequenos córregos, onde os animais matavam a sede.

Se o pasto não era servido por um riachinho, recorria-se às famigeradas cacimbas, cavando áreas baixas até encontrar um lençol freático. O modelo convencional de dessedentação do gado, contudo, logo mostraria suas fragilidades.

Grande susto

Na década de 1990, criador de nelore, decidiu dividir pastagens e levar água até os piquetes não contemplados por cursos naturais. Furou poço artesiano, construiu reservatório e alguns bebedouros, instalou encanamentos, mas essa estrutura atendia pequena parte dos pastos. A grande maioria continuava a ser servida por córregos e cacimbas. Foi então que o clima começou a dar suas cartas, complicando a história.

“Há 10 anos, percebemos, que a quantidade de chuvas estava diminuindo e que a seca estava se esticando”, conta o filho, Ricardo José de Andrade, que toca a fazenda junto com o pai e o irmão, Paulo Henrique. O histórico pluviométrico da fazenda começou em 1986  e comprova isso.

A mudança climática trouxe consequências graves: córregos que nunca secavam passaram a secar; nascentes começaram a minguar. Não tardou para que o projeto de intensificação de pastagens fosse ameaçado. “Estávamos com a fazenda melhor dividida, os pastos cortados por córregos, mas não tínhamos mais água”, diz Ricardo.

O primeiro passo para enfrentar o problema da escassez hídrica era encontrar novas fontes de abastecimento. A propriedade tem rebanho de 3.000 cabeças, alojadas em 1.300 ha de pastagem.  O poço artesiano escolhido para dar início à troca das aguadas naturais por bebedouros e atender dois retiros contíguos produziu menos água do que o esperado. A previsão de 3.500 litros/hora não se concretizou.

Produzindo água

Que fazer diante disso? Perfurar outros pontos da fazenda não sairia barato nem era garantia de sucesso, devido ao histórico de poços de baixa vazão na região. A saída foi encontrar uma forma complementar de produção hídrica. A fazenda possui três minas d`água maiores, uma delas, inclusive, utilizada há 25 anos para abastecer a sede, mas nunca se havia cogitado usá-las para matar a sede dos animais. “Na época, nem pensávamos em instalar bebedouros na fazenda”, diz Ricardo.

O bom funcionamento das minas ao longo dos anos, associado à sua localização privilegiada (700 m acima do poço já existente) despertou a criatividade dos produtores, levando-os a desenhar um modelo inovador de captação hídrica, que alia a produção da nascente com a do poço artesiano.

Antes de descrever esse sistema, entretanto, voltemos às nascentes salvadoras. O cuidado com esses “pontos de descarga” dos aquíferos é fundamental para se ter abundância hídrica na propriedade. É necessário isolá-las, recompor a mata ciliar que as protege (caso tenha sido destruída) e perenizá-las. Seu Epaminondas usou, para isso, um sistema semelhante ao descrito na reportagem “Fartura no campo”, publicada por DBO, em abril de 2015. A técnica consiste em cavar bem o local, retirando todo tipo de sujeira e barro podre até se identificar os “olhos d`água”. Em seguida, calça-se o buraco com pedras grandes que permitem o percolamento e filtragem da água. Por cima, coloca-se pedras menores e passa-se sobre elas uma camada de solo-cimento. Assim, a nascente fica coberta, evitando-se assoreamento, presença de animais silvestres e acúmulo de matéria orgânica que pode contaminar a água.

Sistema interligado

Com a nascente protegida e estruturada, providenciou-se sua conexão com o poço artesiano. O sistema integrado funciona da seguinte maneira: a água represada e canalizada na mina segue, por gravidade, até uma caixa d’água.  Para aumentar a quantidade de água captada, o mesmo trabalho foi feito em outras duas nascentes. “Cada nascente contribui, em média, com 1.000 l/h no auge da seca, o resto vem do poço”, conta Seu Epaminondas. Uma vez que o volume da caixa é preenchido, a água sai por um cano na parte superior e é despejada dentro do poço.

O sistema, portanto, se retroalimenta. Do poço, a água é bombeada para dois reservatórios, um de 30.000 e outro de 100.000 litros, descendo por gravidade para abastecer os bebedouros dos piquetes que compõem os dois retiros contíguos da fazenda. Detalhe importante: além da bomba hidráulica localizada no poço artesiano, há outra de reserva junto à caixa, independente e pronta para bombear a água que vem direto das nascentes, caso haja algum problema com o primeiro equipamento.

A primeira etapa do projeto teve início em 2009, quando foi preciso “dar uma arrancada” em virtude do agravamento da crise hídrica. Naquele ano, construiu-se o reservatório de 100.000 litros e estendeu-se a linha de canos (5 km) até o fundo da fazenda, onde a situação era mais crítica. O produtor instalou seis bebedouros que davam acesso a 12 pastos. “No ano seguinte a seca foi forte, os córregos novamente secaram, mas não tivemos problema para fornecer água aos animais”, recorda Ricardo. Com o passar dos anos, mais pastos foram sendo estruturados. Hoje, a fazenda conta com 140 piquetes, 116 deles (83%) servidos por água encanada, mas a meta é chegar a 100% nos próximos dois anos.

Distribuição ininterrupta

A exemplo da dobradinha que se viu entre a nascente e o poço artesiano para produzir a quantidade de água necessária ao rebanho, era preciso garantir que a distribuição fosse efetuada de maneira ininterrupta. A solução encontrada foi fazer os dois reservatórios de 30.000 e 100.000 litros operar em sintonia.

Para evitar desperdício, foram instaladas duas bóias, uma elétrica que desliga automaticamente a bomba do poço, e outra que controla a passagem de água do reservatório mais alto. “Quando se atinge a capacidade máxima, a bóia fecha, evitando transbordamento”, explica o produtor.

Travessia da represa

O mesmo modelo de abastecimento hídrico já descrito foi usado no terceiro retiro da fazenda, do outro lado da rodovia. Quando essa gleba foi comprada, 17 anos atrás, tinha um poço artesiano com capacidade para 6.000 l/hora e um pequeno reservatório situado na parte mais alta. Os pastos eram grandes e, para serem divididos, precisavam de água. Da mesma forma que nos outros retiros, o poço não tinha vazão suficiente. “Rebaixamos a bomba algumas vezes na tentativa de captar mais água, até o momento em que não deu mais”, conta Seu Epaminondas. Sem nascentes que pudessem fornecer água por gravidade, o jeito era fazer mais poços. “Furávamos, furávamos, mas não encontrávamos nada”, conta ele.

Ao todo, foram feitas 11 tentativas. O insucesso levou a uma situação extrema. “Para garantir o abastecimento do reservatório tivemos de puxar água de caminhão-pipa por dois anos seguidos”, relata o produtor. Não havendo fontes de água de melhor qualidade, Seu Epaminondas decidiu recorrer à represa. Mas logo depois um vizinho indicou o local por onde provavelmente passava um “veio d`água”. Dito e feito. “Encontramos um poço com água de ótima qualidade e vazão de 30.000 litros/hora”, conta.

O problema parecia, enfim, resolvido, mas a alegria durou pouco. O novo poço ficava do outro lado da represa, oposto ao reservatório. Foi preciso levar o encanamento até ele, passando por 150 m de águas profundas.

Água limpa para maior produção

A Vale do Boi conta com 98 bebedouros, um número alto, considerando-se que a fazenda faz pastejo rotacionado, mas Seu Epaminondas preferiu não trabalhar com praças de alimentação centrais. Os bebedouros ficam dentro dos piquetes ou em suas divisas. “A fazenda já estava organizada assim e decidimos não mudar”, justifica o selecionador, que dessa forma, diminuiu disputas por água e situações de estresse dentro dos lotes, garantindo o bem-estar animal.

Outra preocupação constante é com a qualidade hídrica. Tanto a sede da propriedade quanto os pastos são abastecidos pelos mesmos reservatórios. “A água que o gado bebe é a mesma que a gente toma”, diz o produtor. Para evitar desperdício, Seu Epaminondas usa bebedouros menores, com capacidade entre 1.200 e 600 litros, uma tendência hoje defendida por consultores. “Com isso, temos de jogar menos líquido fora quando esvaziamos esses recipientes para lavagem”, justifica.

Boi quer água pura

“Nossas observações de campo mostram que os animais não bebem água quando alguns tipos de algas estão presentes. Eles têm repulsa”, afirma Mateus Paranhos, do Etco. Essa percepção tem sido comprovada por pesquisas. João Luís Santos, da Especializo Gestão de Recursos Hídricos, de Campinas, SP, cita um estudo realizado no Canadá sobre concentração de estrume na água e restrição de consumo.

Constatou-se que 0,05 mg de estrume por litro já é percebido pelos animais, fazendo-os procurar outras fontes. “É uma concentração muito pequena, principalmente se considerarmos que um animal pode gerar até 20 kg de estrume por dia, quantidade suficiente para contaminar 40 milhões de litros de água”, diz Santos.

A contaminação microbiológica não é o único parâmetro avaliado. Há outros critérios de qualidade como odor e sabor, propriedades químicas e físicas, presença de elementos tóxicos e concentração de compostos minerais. Um estudo mostrou redução no consumo hídrico, consequentemente, no desempenho produtivo, em função de altas concentrações de sulfatos na água, o que provoca perdas econômicas.

“É um dinheiro que o produtor está deixando de ganhar por não ter água de boa qualidade”, diz.  “A prevenção é a melhor forma de ter água de qualidade na propriedade”. O especialista faz um apelo: “Precisamos valorizar nossos recursos hídricos. Não temos uma cultura de valorização, não consideramos a água um insumo produtivo, como a genética, a nutrição ou o pasto, e não temos noção do prejuízo que traz uma água de má qualidade à pecuária, devido a nosso próprio desconhecimento”.

Dimensionamento correto

Tão importante quanto a qualidade da água para o bem-estar dos animais é garantir-lhes boa oferta do precioso líquido e facilidade de acesso para dessedentação. Para isso, é necessário reduzir a distância a ser percorrida até a fonte de água e dimensionar corretamente os bebedouros.

“Restrição hídrica causa forte estresse, gerando não somente problemas de ganho de peso. Se o bovino se sentir ameaçado pela falta de água, vai mudar seu comportamento, movimentar-se mais, tornar-se mais agressivo. Isso também acontece se o bebedouro for insuficiente para o número de animais. Nós também ficaríamos agressivos se estivéssemos com sede, tivéssemos apenas um copo d`água e cinco pessoas querendo tomá-lo. Os animais não são diferentes de nós”, afirma Santos.

Um bovino adulto consome, em média, 50 l de água por dia. Segundo Adilson Aguiar, professor da Faculdades Associadas Uberaba e diretor da Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), para dimensionar o bebedouro, considera-se que, em média, apenas 10% do lote chegando para beber a cada vez, desde que os animais não estejam passando por restrição de água. Aguiar explica que os animais preferem água de bebedouros à de aguadas naturais, mesmo tendo acesso livre a ambas. Além de ter aspecto mais límpido, essa água apresenta temperatura mais alta do que a dos mananciais, um atrativo para os bovinos.

https://www.portaldbo.com.br/agua-a-nova-fronteira-da-sustentabilidade/

Circuito Nelore de Qualidade evidencia melhoramento genético da raça no Brasil

Melhor lote de carcaça 2019

Enquanto o Circuito Nelore de Qualidade, promovido em parceria entre a ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil) e a Friboi, avança em 2019, é possível constatar o melhoramento genético da raça. Entre os vencedores de etapas realizadas até aqui, dois deles são selecionadores tradicionais de Nelore, integrantes do PMGZ, o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos desenvolvido pela ABCZ, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu.

Conforme divulgado pela assessoria do circuito, “Carlos Alberto Mafra Terra e Epaminondas de Andrade conquistaram a Medalha de Ouro no campeonato Melhor Lote de Carcaças de Machos respectivamente nas etapas de Redenção/PA e Araguaína/TO, do Circuito Nelore de Qualidade”.

“A Fazenda Vale do Boi, de Epaminondas Andrade, trabalha com o melhoramento genético da raça Nelore há mais de 40 anos, com foco na comercialização de matrizes e reprodutores Nelore PO avaliados pelo PMGZ. “Além disso, também produzimos animais para cria, recria e engorda. Nosso criatório figura entre os primeiros a aderir ao programa de melhoramento genético da ABCZ”, destaca o criador. De acordo com o selecionador, esse não é primeiro prêmio que a propriedade recebe. A fazenda já foi laureada outras três vezes no Circuito. “Gostamos de participar dessas avaliações porque mostra que o nosso trabalho de seleção para produção está no rumo certo”, comemora Epaminondas”, consta no comunicado.

Já na propriedade de Carlos Alberto Mafra Terra, a ferramenta faz parte de um conjunto de medidas para a seleção do Nelore. “Essa ferramenta é um grande diferencial, pois esses animais abatidos são filhos de reprodutores avaliados pelo PMGZ. Além disso, realizamos as avaliações intra rebanho, incluindo ultrassonografia de carcaça, com o intuito de sempre melhorar nossa produtividade e a qualidade da carne Nelore oferecida ao consumidor final”, disse Mafra à assessoria.

https://www.girodoboi.com.br/noticias/circuito-nelore-de-qualidade-evidencia-melhoramento-genetico-da-raca-no-brasil/

Água limpa para maior produção

Pesquisas comprovam que os animais diminuem o consumo de água quando não encontram fontes limpas. Além disso, excesso de sulfatos, por exemplo, substâncias presentes em esgotos, podem causar problemas como queda de desempenho, infertilidade e baixa imunidade.

Água fornecida aos animais vem do mesmo reservatório que abastece a sede da fazenda.

Por Renato Villela

A Fazenda Vale do Boi, de Epaminondas de Andrade, selecionador de Nelore do Tocantins, conta com 98 bebedouros, um número alto, considerando-se que a fazenda faz pastejo rotacionado, mas Seu Epaminondas preferiu não trabalhar com praças de alimentação centrais. Os bebedouros ficam dentro dos piquetes ou em suas divisas.  “A fazenda já estava organizada assim e decidimos não mudar”, justifica o selecionador, que dessa forma, diminuiu disputas por água e situações de estresse dentro dos lotes, garantindo o bem-estar animal.

Outra preocupação constante é com a qualidade hídrica. Tanto a sede da propriedade quanto os pastos são abastecidos pelos mesmos reservatórios. “A água que o gado bebe é a mesma que a gente toma”, diz o produtor. Para evitar desperdício, Seu Epaminondas usa bebedouros menores, com capacidade entre 1.200 e 600 litros, uma tendência hoje defendida por consultores. “Com isso, temos de jogar menos líquido fora quando esvaziamos esses recipientes para lavagem”, justifica.

Os bebedouros passam por manutenção periódica e os reservatórios são cobertos para evitar contaminação, como as caixas d’água nos centros urbanos, uma providência que raramente se vê nas propriedades rurais. “Se os reservatórios fossem abertos pegariam sol e poeira, acumulando lodo, que chega até a entupir o encanamento”, diz Seu Epaminondas.

Mas não é só. O fato de os reservatórios serem cobertos evita o acesso de aves que podem, por exemplo, defecar em seu interior, contaminando a água, e a incidência da radiação solar favoreceria o desenvolvimento de algas, que poderiam ser levadas pelos canos. “Nossas observações de campo mostram que os animais não bebem água quando alguns tipos de algas estão presentes. Eles têm repulsa”, afirma Mateus Paranhos, do Etco.

Boi quer água pura

Essa percepção tem sido comprovada por pesquisas. João Luís Santos, da Especializo Gestão de Recursos Hídricos, de Campinas, SP, cita um estudo realizado no Canadá sobre concentração de estrume na água e restrição de consumo. Constatou-se que 0,05 mg de estrume por litro já é percebido pelos animais, fazendo-os procurar outras fontes, caso tenham essa opção.

“É uma concentração muito pequena, principalmente se considerarmos que um animal pode gerar até 20 kg de estrume por dia, quantidade suficiente para contaminar 40 milhões de litros de água”, diz. A pesquisa mostrou que, caso o animal não disponha de fonte alternativa, reduzirá o consumo de água se a concentração de estrume subir para 2,5 mg/l. A partir de 5 mg/l, já cai o consumo de forragem. “É muito fácil encontrar concentrações desse nível na água que os animais bebem”, afirma.

A contaminação microbiológica não é o único parâmetro avaliado. Há outros critérios de qualidade como odor e sabor, propriedades químicas e físicas, presença de elementos tóxicos e concentração de compostos minerais. O excesso de sulfatos, por exemplo, substâncias presentes em esgotos que contaminam a água, pode causar problemas como queda de desempenho, infertilidade e baixa imunidade, podendo até mesmo levar animais à morte.

Um estudo mostrou redução no consumo hídrico, consequentemente, no desempenho produtivo, em função de altas concentrações de sulfatos na água (veja tabela). O lote que ingeriu 400 mg de compostos por litro (dentro do limite de 1.000 mg, no caso de animais adultos, ou 500 mg/l, no caso de bezerros), bebeu 57 litros e ganhou 3,79 @. Já o quarto grupo, que ingeriu 1.700 mg de sulfatos/l, ganhou apenas 2,4@. Considerando-se o peso final dos lotes (375 e 322 kg, respectivamente), e a arroba a R$ 135, a diferença foi de R$ 187,38 a mais para o primeiro grupo.

“É um dinheiro que o produtor está deixando de ganhar por não ter água de boa qualidade”, diz. Com mais de 20 anos de experiência em gestão de recursos hídricos, Santos explica que, no meio rural, o problema está na destinação inadequada dos dejetos ou na deposição de fezes dos animais nos pontos de dessedentação, como as cacimbas. De acordo com ele, é preciso processar adequadamente o lixo, cuidar das fontes de água e preservar as nascentes.

“A prevenção é a melhor forma de ter água de qualidade na propriedade”. O especialista faz um apelo: “Precisamos valorizar nossos recursos hídricos. Não temos uma cultura de valorização, não consideramos a água um insumo produtivo, como a genética, a nutrição ou o pasto, e não temos noção do prejuízo que traz uma água de má qualidade à pecuária, devido a nosso próprio desconhecimento”.

Dimensionamento correto

Tão importante quanto a qualidade da água para o bem-estar dos animais é garantir-lhes boa oferta do precioso líquido e facilidade de acesso para dessedentação. Para isso, é necessário reduzir a distância a ser percorrida até a fonte de água e dimensionar corretamente os bebedouros.

Restrição hídrica causa forte estresse, gerando não somente problemas de ganho de peso. Se o bovino se sentir ameaçado pela falta de água, vai mudar seu comportamento, movimentar-se mais, tornar-se mais agressivo. Isso também acontece se o bebedouro for insuficiente para o número de animais. Nós também ficaríamos agressivos se estivéssemos com sede, tivéssemos apenas um copo d`água e cinco pessoas querendo tomá-lo. Os animais não são diferentes de nós”, afirma Santos.

Conforme dados de pesquisa, para cada quilo de matéria seca consumida, o animal precisa ingerir entre 3,5 e 5,5 l de água e secretar 5 l de saliva. Um bovino adulto consome, em média, 50 l de água por dia. Segundo Adilson Aguiar, professor da Faculdades Associadas Uberaba e diretor da  Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), para dimensionar o bebedouro, considera-se que, em média, apenas 10% do lote chegando para beber a cada vez, desde que os animais não estejam passando por restrição de água.

“Diante disso, recomenda-se 8 cm lineares para cada unidade animal”, afirma. A demanda por água depende do peso corporal dos animais. “Com base nele, calcula-se o consumo diário de matéria seca (MS) e a ingestão de água, que varia de 3,5 l a 5,5 l /kg de MS ingerida, dependendo de fatores como raça, idade do animal, estado fisiológico, temperatura, umidade relativa do ar etc”.

O professor recomenda que o cálculo da demanda considere a época do ano em que a capacidade de suporte das pastagens alcançará máximo nível. “Entretanto, se a bóia do bebedouro for de vazão total e os bebedouros estiverem bem posicionados de forma que os animais não precisem caminhar muito, não é preciso se preocupar com o espaço por animal e, sim, com a vazão”.

Detalhes fazem diferença

A utilização de bebedouros menores, como os da Fazenda Vale do Boi, requer alguns cuidados. O dimensionamento da rede hidráulica, por exemplo, deve obedecer a critérios técnicos. “Utilizamos canos de grosso calibre (50 a 75 mm), dependendo da distância a ser percorrida. Muitas vezes, para economizar, o produtor utiliza canos de apenas 25 mm. Se usá-los para levar água a distâncias acima de 5 km, vai chegar somente uma gota de água no local”, diz Ricardo.

Ricardo Andrade mostra tampa que protege a bóia.

As bóias utilizadas são de vazão total, que permitem enchimento rápido do bebedouro. Como nas demais instalações da fazenda, a diferença está nos detalhes. O ralo do bebedouro, que era de 1 polegada e, por isso, demorava demais para esvaziar, foi substituído por outro de 1,5 polegada. Em vez de um plug de rosca no cano, que exige chave para abrir ou fechar, Ricardo usa um “tape” para conexão em cano soldável, que é colocado ou retirado com facilidade.

A abertura para um cano de ¾ na entrada de água cedeu lugar a outro, de 1 polegada. “Enche mais rápido”, diz. Como a tampa de concreto do bebedouro pressionava a bóia para baixo, mantendo o volume mais baixo, fez-se uma depressão em sua parte interna. Assim, o bebedouro fica sempre cheio.

Além disso, o produtor deve dimensionar o reservatório de modo a garantir uma reserva de água para pelo menos dois a três dias, medida de segurança, caso ocorra algum problema no sistema hidráulico. Aguiar explica que os animais preferem água de bebedouros à de aguadas naturais, mesmo tendo acesso livre a ambas. Além de ter aspecto mais límpido, essa água apresenta temperatura mais alta do que a dos mananciais, um atrativo para os bovinos.

A temperatura hídrica influi no ganho de peso. “Um experimento com novilhas zebuínas indicou que as fêmeas que ingerem água aquecida pelo sol ganham 17% mais peso do que as que ingerem o líquido em temperatura ambiente”, afirma Aguiar. Resultados de outros trabalhos caminharam na mesma direção.

“Vacas paridas que ingeriram água em bebedouro ganharam 270 g a mais por dia do que as que beberam em um córrego, enquanto seus bezerros tiveram ganho de 140 g a mais por dia”, enumera o professor. A distância percorrida para beber água também impacta no desempenho. “Após 500 m de distância, a cada 1 km que os animais caminham potencialmente deixam de ganhar 40 g/km,  se for plano, 53 g/km, se for levemente ondulado, e 60 g/km, se for ondulado”, frisa o professor.

Revista DBO – Edição 465 – Julho de 2019

www.portaldbo.com.br/revista-dbo-edicao-465-julho-de-2019/

www.portaldbo.com.br/agua-limpa-para-maior-producao/

Pecuária precisa de “produtores de água”

Em algumas regiões, garantir água para o rebanho vem exigindo nova atitude dos pecuaristas no cuidado com suas fontes e nascentes. Eles também precisam virar ‘produtores de água’, a exemplo de Epaminondas Andrade, da Fazenda Vale do Boi, TO, que recuperou nascentes e montou um sistema hídrico criativo para burlar a escassez e produzir mais. 

Por Renato Villela

A água é a “nova fronteira” da sustentabilidade. Diretamente associada ao bem-estar animal (sede traz sofrimento) e à produção de carne (boi que não bebe não come), a água começa a escassear onde era abundante, colocando a atividade sob risco em vários pontos do País. “Usá-la de forma racional é questão de sobrevivência. Tê-la em abundância e qualidade, um direito dos animais”, diz Mateus Paranhos, coordenador do Etco, Grupo de Estudos e Pesquisa em Etologia e Ecologia Animal, da Unesp/Jaboticabal.

Há forte pressão da sociedade nesse sentido, confirmada por estudos cada vez mais frequentes sobre comportamento animal e “pegada hídrica”, quantidade do recurso que se usa para obter um produto, desde a fazenda até a indústria, incluindo os insumos utilizados.

Nos sistemas fortemente baseados no confinamento de longa duração, como o norte-americano, fala-se em 15.415 litros para 1 kg de carne. Nos de pasto, como o brasileiro, esse número relativo a todo o processo ainda não está disponível, mas estudos iniciais da Embrapa indicam uma “pegada” menor. Independentemente disso, os desafios do setor nessa área são grandes. Muitos pecuaristas ainda não se deram conta, mas, além de produtores de bois, terão de se tornar produtores de água.

Epaminondas de Andrade, respeitado selecionador de Nelore do Tocantins, já é um deles. A “intimação” veio da própria natureza. Quando chegou na região do Bico do Papagaio, há 35 anos, vindo do Triângulo Mineiro, encontrou na Fazenda Vale do Boi, de 1.875 ha, em Carmolândia, a 27 km de Araguaína (TO), um modelo típico de pecuária extensiva: piquetes grandes, com divisões atreladas a pequenos córregos, onde os animais matavam a sede.

Se o pasto não era servido por um riachinho, recorria-se às famigeradas cacimbas, cavando áreas baixas até encontrar um lençol freático superficial ou esperando que a vala se enchesse com água da chuva. Hoje, essa estratégia é condenada, devido à má qualidade da água e ao risco de botulismo, mas, na época, era muito comum. O modelo convencional de dessedentação do gado, contudo, logo mostraria suas fragilidades.

Grande susto

Na década de 90, para progredir na seleção de Nelore, Seu Epaminondas, como é conhecido, decidiu dividir pastagens e levar água até os piquetes não contemplados por cursos naturais. Para isso, usou um poço artesiano, construiu reservatório e alguns bebedouros, instalou encanamentos, mas essa estrutura atendia pequena parte dos pastos. A grande maioria continuava a ser servida por córregos e cacimbas. Foi então que o clima começou a dar suas cartas, complicando a história.

“Há 10 anos, percebemos, que a quantidade de chuvas estava diminuindo e que a seca estava se esticando”, conta o filho, Ricardo José de Andrade, que toca a fazenda junto com o pai e o irmão, Paulo Henrique. O histórico pluviométrico da Vale do Boi, fruto de registros rigorosos feito por Seu Epaminondas desde 1986, comprova isso. A média anual de chuvas diminuiu (veja gráfico) e a estiagem, que antes ia de maio a agosto, passou a se estender até setembro-outubro.

A mudança climática trouxe consequências graves: córregos que nunca secavam nesse período, passaram a secar; nascentes começaram a minguar. Não tardou para que o projeto de intensificação de pastagens fosse ameaçado. “Estávamos com a fazenda melhor dividida, os pastos cortados por córregos, mas não tínhamos mais água”, diz Ricardo. Alguns piquetes foram abandonados no auge da estiagem.

“Não chegamos a misturar lotes, como muitos produtores acabam fazendo, mas a seca dos córregos atrapalhou muito o manejo do gado”, conta. Era fundamental ter abundância hídrica na Vale do Boi, criando um sistema de armazenamento robusto que permitisse trabalhar com folga, mas sem desperdício. Começou aí a história de Seu Epaminondas como “produtor de água”, pilar importante da sustentabilidade na fazenda.

O primeiro passo para enfrentar o problema da escassez hídrica era encontrar novas fontes de abastecimento. A propriedade tem rebanho de 3.000 cabeças, alojadas em 1.300 ha de pastagem. São três retiros, equipados com currais. Dois ficam juntos e o terceiro, adquirido posteriormente, encontra-se do outro lado da rodovia que margeia a propriedade.

O poço artesiano escolhido para dar início à troca das aguadas naturais por bebedouros e atender os dois retiros contíguos produziu menos água do que o esperado. A previsão de 3.500 litros/hora não se concretizou. Tratava-se, na verdade, de um antigo poço, que havia sido perfurado anos atrás pela Prefeitura de Carmolândia, na época em que o município, que faz divisa com a propriedade, buscava alternativas na região para abastecer a população da cidade. A pouca vazão fizera o projeto de poços ser abandonado.

Produzindo água

Que fazer diante disso? Perfurar outros pontos da fazenda não sairia barato nem era garantia de sucesso, devido ao histórico de poços de baixa vazão naquela região. A saída foi encontrar uma forma complementar de produção hídrica. A fazenda possui três minas d`água maiores, uma delas, inclusive, utilizada há 25 anos para abastecer a sede, mas nunca se havia cogitado usá-las para matar a sede dos animais.

“Na época, nem pensávamos em instalar bebedouros na fazenda”, diz Ricardo. O bom funcionamento das minas ao longo dos anos, associado à sua localização privilegiada (700 m acima do poço já existente) despertou a criatividade dos produtores, levando-os a desenhar um modelo inovador de captação hídrica, que alia a produção da nascente com a do poço artesiano.

Antes de descrever esse sistema, entretanto, voltemos às nascentes salvadoras. O cuidado com esses “pontos de descarga” dos aquíferos é fundamental para se ter abundância hídrica na propriedade. É necessário isolá-las, recompor a mata ciliar que as protege (caso tenha sido destruída) e perenizá-las. Seu Epaminondas usou, para isso, um sistema semelhante ao descrito na reportagem “Fartura no campo”, publicada por DBO, em abril de 2015.

A técnica consiste em cavar bem o local, retirando todo tipo de sujeira e barro podre até se identificar os “olhos d`água”. Em seguida, calça-se o buraco com pedras grandes que permitem o percolamento e filtragem da água. Por cima, coloca-se pedras menores e passa-se sobre elas uma camada de solo-cimento. Assim, a nascente fica coberta, evitando-se assoreamento, presença de animais silvestres e acúmulo de matéria orgânica que pode contaminar a água.

Na Vale do Boi, antes da colocar as pedras no buraco, Seu Epaminondas instalou, em sua parede frontal, um cano de PVC de 100 mm, rente ao solo, para limpeza da nascente, procedimento recomendado de tempos em tempos. Basta destapá-lo e esvaziar a água. Um segundo cano, também de 100 mm, foi usado para abastecimento, e um terceiro, do mesmo calibre, foi colocado mais acima, para liberar o excedente de água. Nele, foi instalada uma válvula de retenção, que permite a saída da “sobra” de líquido, mas impede a entrada de pequenos animais.

Toda a área no entorno da nascente da Vale do Boi foi cercada, para impedir o acesso do gado, conforme rege a legislação ambiental. Outra medida importante foi a construção de “lombadas” ou “murundus”, para protegê-la de enxurradas.

Sistema interligado

Com a nascente protegida e estruturada, providenciou-se sua conexão com o poço artesiano. O sistema integrado funciona da seguinte maneira: a água represada e canalizada na mina segue, por gravidade, até uma caixa d’água metálica, com capacidade para 20.000 litros, que servia como antigo reservatório e fica ao lado do poço.

Para aumentar a quantidade de água captada, o mesmo trabalho foi feito em outras duas nascentes próximas, cujos canos de abastecimento também convergem para a caixa, garantindo fluxo intermitente, sem qualquer gasto de energia. “Cada nascente contribui, em média, com 1.000 l/h no auge da seca, o resto vem do poço”, conta Seu Epaminondas. Uma vez que o volume da caixa é preenchido, a água sai por um cano na parte superior e é despejada dentro do poço, livre de sedimentos que se acumulam no fundo do recipiente, cuja limpeza é feita abrindo-se o registro.

O sistema, portanto, se retroalimenta. Do poço, a água é bombeada para dois reservatórios, um de 30.000 e outro de 100.000 litros (ambos localizados na parte alta do terreno), descendo por gravidade para abastecer os bebedouros dos piquetes que compõem os dois retiros contíguos da fazenda.

Nascente já protegida e com encanamento. À dir., Seu Epaminondas e o filho, Ricardo, mostram o poço artesiano e a caixa d’água com bomba, que alimenta o reservatório.

Detalhe importante: além da bomba hidráulica localizada no poço artesiano, há outra de reserva junto à caixa, independente e pronta para bombear a água que vem direto das nascentes, caso haja algum problema com o primeiro equipamento. Trata-se de uma medida de precaução que também está presente na configuração dos reservatórios. “Tudo o que depende de bombeamento uma hora dá problema. Tendo duas bombas, se uma parar, ligamos a outra e garantimos o abastecimento sem interrupções. Tudo é pensado para uma situação de caos”, diz Seu Epaminondas.

A primeira etapa do projeto teve início em 2009, quando foi preciso “dar uma arrancada” em virtude do agravamento da crise hídrica. Naquele ano, construiu-se o reservatório de 100.000 litros e estendeu-se a linha de canos (5 km) até o fundo da fazenda, onde a situação era mais crítica. O produtor instalou seis bebedouros que davam acesso a 12 pastos.

“No ano seguinte a seca foi forte, os córregos novamente secaram, mas não tivemos problema para fornecer água aos animais”, recorda Ricardo. Para os piquetes que ainda não estavam servidos por bebedouros, recorreu-se a uma estratégia de manejo. “Colocávamos o gado mais cedo nessa área, quando ainda havia água nos córregos”, diz. Com o passar dos anos, mais pastos foram sendo estruturados. Hoje, a fazenda conta com 140 piquetes, 116 deles (83%) servidos por água encanada, mas a meta é chegar a 100% nos próximos dois anos.

Distribuição ininterrupta

A exemplo da dobradinha que se viu entre a nascente e o poço artesiano para produzir a quantidade de água necessária ao rebanho, era preciso garantir que a distribuição fosse efetuada de maneira ininterrupta. A solução encontrada foi fazer os dois reservatórios de 30.000 e 100.000 litros operar em sintonia. Dispostos lado a lado, ambos são abastecidos simultaneamente, graças a uma bifurcação em “Y” no encanamento de chegada.

Um registro controla o fluxo, sempre maior no reservatório de 100.000 l, que também recebe água por gravidade do de 30.000 l (mais alto). “Essa engenharia permite aproveitar melhor a bomba e mantém os dois reservatórios sempre cheios”, diz Ricardo.

Para evitar desperdício, foram instaladas duas bóias, uma elétrica que desliga automaticamente a bomba do poço, e outra que controla a passagem de água do reservatório mais alto. “Quando se atinge a capacidade máxima, a bóia fecha, evitando transbordamento”, explica o produtor.

Ricardo chama a atenção para outro detalhe muito interessante. No reservatório de 100.000 l, o cano que leva a água até os bebedouros não fica na base da instalação, rente ao solo. A captação da água é feita por meio de um sifão, cuja altura corresponde a 2/3 da parede interna do reservatório. Em formato de “U” invertido, ele possui pequenos furos na barra superior. Quando o volume de água diminui, o ar entra no cano por esses furinhos e o sistema para automaticamente de funcionar.

“O vaqueiro percebe que os bebedouros não estão sendo abastecidos e verifica o que está acontecendo. Se for algo simples, como travamento da bomba, basta destravá-la e está resolvido. Mas se for um problema que requeira a presença de um técnico, basta abrir um segundo registro, este rente ao solo, e usar a reserva de água, que é de 70.000 litros. Isso nos dá tempo suficiente para resolver a questão”, explica Ricardo. Se o escoamento fosse feito por baixo, caso faltasse água no bebedouro por algum motivo, não haveria água no reservatório, agravando a situação.

Travessia da represa

O mesmo modelo de abastecimento hídrico já descrito foi usado no terceiro retiro da fazenda, do outro lado da rodovia. Quando essa gleba foi comprada, 17 anos atrás, tinha um poço artesiano com capacidade para 6.000 l/hora e um pequeno reservatório situado na parte mais alta. Os pastos eram grandes e, para serem divididos, precisavam de água. Da mesma forma que nos outros retiros, o poço não tinha vazão suficiente.

“Rebaixamos a bomba algumas vezes na tentativa de captar mais água, até o momento em que não deu mais”, conta Seu Epaminondas. Sem nascentes que pudessem fornecer água por gravidade, o jeito era fazer mais poços. “Furávamos, furávamos, mas não encontrávamos nada”, conta ele.

Ao todo, foram feitas 11 tentativas. O insucesso levou a uma situação extrema. “Para garantir o abastecimento do reservatório tivemos de puxar água de caminhão-pipa por dois anos seguidos”, relata o produtor. Não havendo fontes de água de melhor qualidade, Seu Epaminondas decidiu recorrer à represa.

Conjunto de reservatórios da fazenda e a represa que teve de ser transposta pelo encanamento.

Os postes já haviam sido colocados, a energia elétrica ‘puxada’ e os canos comprados para começar o trabalho, quando uma empresa de perfuração encontrou um poço no vizinho e indicou o local por onde provavelmente passava o “veio d`água”. Dito e feito. “Encontramos um poço com água de ótima qualidade e vazão de 30.000 litros/hora”, conta.

O problema parecia, enfim, resolvido, mas a alegria durou pouco. O novo poço ficava do outro lado da represa, oposto ao reservatório, e era preciso levar o encanamento até ele, passando por 150 m de água. Sem a possibilidade de colocar estacas de sustentação ao longo do trecho, devido à grande profundidade da represa (3 m, em alguns pontos), optou-se por usar “âncoras” de concreto, em formato de anéis, que pudessem ser enfiadas no cano, mantendo-o no fundo das águas.

“Para fazer essas âncoras, pegamos baldes plásticos de 20 litros, enchemos com concreto e colocamos um cano de 100 mm no centro para fazer o furo. Após a secagem do cimento, cortamos o balde e retiramos o cano. O resultado são anéis grossos, com furo de tamanho suficiente para passar um cano de 75 mm”, conta Ricardo.

O primeiro passo para se passar o encanamento de um lado para outro da represa foi emendar suas barras e depois levar o material, boiando, até a outra margem, com ajuda de um barco. “Enchemos o cano com um pouco de água apenas para melhorar sua estabilidade”, explica o produtor. A partir daí veio a parte mais trabalhosa: colocar as âncoras. Uma a uma, elas foram enfiadas no cano, por meio de seus orifícios. Para evitar que seu peso não quebrasse a barra de PVC (cada uma tem sua âncora), amarrou-se uma corda em cada anel de concreto e usou-se essa corda para soltar a âncora devagarinho até ela chegar ao fundo da represa.

O cano utilizado por Seu Epaminondas foi o marrom, mais resistente, porém mais flexível do que o azul, normalmente utilizado para encanamentos enterrados. Ele optou por esse tipo de material para evitar que as barras se quebrassem com o arqueamento. A despeito de a empreitada ter sido realizada durante a seca, com a represa, portanto, mais baixa, foi preciso mergulhar em alguns trechos para se certificar de que o cano estava fixado rente ao fundo.

Visão do repórter

No final dos anos 70, Epaminondas de Andrade, um dos principais selecionadores da raça Nelore na região Norte do País, deixou um emprego bem-sucedido na indústria têxtil, onde iniciou a carreira na Indústria Reunidas Fábricas Matarazzo, na capital paulista, para se tornar fazendeiro, primeiro em Uberaba, MG, e depois em Araguaína, TO.

Pioneiro, tornou-se um dos primeiros a aderir ao Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu), há mais de 30 anos. Teve suas habilidades de gestão reconhecidas pelo Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE) do Sebrae, em 2010, que o consagrou como referência em administração rural no País. “Não posso me esquecer de agradecer à indústria. Muita coisa do que fiz devo à atividade industrial”.

No dia que visitei sua propriedade para esta reportagem, duas cenas me chamaram a atenção. A primeira foi quando o vi arrancando obstinadamente as plantas invasoras que tentavam sufocar a grama esmeralda, plantada caprichosamente nas cercanias dos reservatórios de água.

Noutro momento, me surpreendi ao vê-lo, do alto de seus 83 anos, descer do banco de trás da caminhonete e sair em disparada, feito um menino, para abrir a porteira, enquanto eu, sentado na frente, tentava entender os detalhes do sistema de água montado na propriedade.

Quando estamos diante de alguém com uma longa trajetória na atividade, é natural perguntar como é sua relação com a terra, que legado gostaria de deixar, quais conselhos daria para as novas gerações. Tinha todas essas perguntas no meu caderno de anotações. Perderam a importância de tal forma que, se as fiz, não me lembro das respostas. Preferi registrar aqui, a força dessas duas imagens, capazes de retratar a dedicação, a entrega e o entusiasmo que só pertencem àqueles que amam seu ofício.

Revista DBO – Edição 465 – Julho de 2019

www.portaldbo.com.br/revista-dbo-edicao-465-julho-de-2019/

www.portaldbo.com.br/pecuaria-precisa-de-produtores-de-agua/

A santa água para o gado …

Revista DBO – Edição 465 – Julho de 2019

Demétrio Costa

Felizmente, não é um cenário comum, mas projetos pecuários que lidam com escassez de água são bom exemplo para despertar a atenção sobre a importância de fazer bom uso do recurso e, sobretudo, zelar por suas fontes. Quando comprou a Fazenda Vale do Boi, em Carmolândia, a 30 Km de Araguaína, TO, Epaminondas de Andrade não tinha problema nesta área. O padrão de chuvas era melhor que agora e o gado no sistema extensivo matava a sede nos córregos ou nas antigas cacimbas. Com a intensificação, tudo começou a mudar. Foi preciso levar água aos novos pastos, furar poço artesiano, mas logo poço passou a não dar conta e outras fontes também começaram a minguar. Há 10 anos, o respeitado selecionador de Nelore, hoje com 83 anos de vida, descobriu que precisava virar um produtor de água para sustentar o rebanho de 3 mil cabeças. O repórter Renato Villela foi até a Vale do Boi e conta, na matéria de capa, como Seu Epaminondas e o filho Ricardo domaram a situação com trabalho exemplar de preservação de nascentes.

Participantes do PMGZ se destacam em etapas do Circuito Nelore de Qualidade

Dois pecuaristas participam do PMGZ, da ABCZ e estão colhendo os frutos do criterioso trabalho realizado dentro da porteira.

Epaminondas de Andrade recebendo o prêmio Melhor Lote de Carcaças de MachosCarlos Alberto Mafra Terra e Epaminondas de Andrade conquistaram a Medalha de Ouro no campeonato Melhor Lote de Carcaças de Machos respectivamente nas etapas de Redenção/PA e Araguaína/TO, do Circuito Nelore de Qualidade, ambas realizadas em unidades da Friboi. Os dois pecuaristas participam do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e estão colhendo os frutos do criterioso trabalho realizado dentro da porteira.

A Fazenda Vale do Boi, de Epaminondas Andrade, trabalha com o melhoramento genético da raça Nelore há mais de 40 anos, com foco na comercialização de matrizes e reprodutores Nelore PO avaliados pelo PMGZ. “Além disso, também produzimos animais para cria, recria e engorda. Nosso criatório figura entre os primeiros a aderir ao programa de melhoramento genético da ABCZ”, destaca o criador.

De acordo com o selecionador, esse não é primeiro prêmio que a propriedade recebe. A fazenda já foi laureada outras três vezes no Circuito. “Gostamos de participar dessas avaliações porque mostra que o nosso trabalho de seleção para produção está no rumo certo”, comemora Epaminondas.

Vencedor da etapa de Redenção (PA), Carlos Alberto Mafra Terra também ressalta a importância do PMGZ nos resultados da Agropecuária Mafra. “Essa ferramenta é um grande diferencial, pois esses animais abatidos são filhos de reprodutores avaliados pelo PMGZ. Além disso, realizamos as avaliações intra rebanho, incluindo ultrassonografia de carcaça, com o intuito de sempre melhorar nossa produtividade e a qualidade da carne Nelore oferecida ao consumidor final”, diz Mafra.

Na avaliação do presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Nabih Amin El Aouar, os pecuaristas que participam de programas de melhoramento genético da raça Nelore estão, há muitos anos, impulsionando a qualidade da carne Nelore produzida no País. “A raça Nelore está nesse patamar de precocidade e qualidade de carne por causa dos investimentos dos produtores em selecionar touros e matrizes funcionais, que transmitam às progênies suas características genéticas de influência econômica”, conclui o presidente da ACNB.

https://opresenterural.com.br/participantes-do-pmgz-se-destacam-em-etapas-do-circuito-nelore-de-qualidade/

VALE DO BOI CAMPEÃ DA ETAPA DO CIRCUITO NELORE DE QUALIDADE 2019 EM ARAGUAÍNA TO

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), a Associação dos Criadores de Nelore do Tocantins (ACNT), a Friboi e a Matsuda Sementes e Nutrição Animal premiaram, em Araguaína (TO), os vencedores da 5ª etapa do Circuito Nelore de Qualidade, realizada nos dias 5 e 6 de junho, na unidade da Friboi do município tocantinense.

A 5ª etapa do Circuito Nelore de Qualidade 2019 avaliou 418 animais, de nove pecuaristas. Os resultados confirmam a precocidade de terminação da raça Nelore, característica determinante para a qualidade da carne e para a rentabilidade do produtor. “Entre os machos abatidos, 74,3% dos animais tinham até quatro dentes incisivo permanentes, e 87,8% dos animais foram abatidos com mais de 18 arrobas”, revela o presidente da ACNB, Nabih Amin El Aouar.

Já o presidente da ACNT, José Luiz Sanches Boteon, destaca o peso e acabamento de gordura das fêmeas: 82,5% dos animais pesaram mais de 14 arrobas e 80% apresentaram acabamento de gordura mediano e uniforme. “A etapa de Araguaína do Circuito comprovou o nosso engajamento para impulsionar a produtividade e a qualidade da carne Nelore da região”, frisa o dirigente.

O pecuarista Ricardo José de Andrade e o seu pai Epaminondas de Andrade receberam a medalha de ouro de melhor lote de carcaças de machos. Seu lote foi abatido, em média, com 20 arrobas, sendo que cerca de 90% dos animais tinham até dois dentes incisivos permanentes.

“Estamos muito satisfeitos com os resultados, porque mostram que a Fazenda Vale do Boi está no rumo certo, produzindo animais padronizados e com excelente conformação frigorífica. Aliás, o nosso rebanho é criado a pasto, com suplementação estratégica na fase de engorda”, destaca Andrade.

Além da oferta de forragem e suplementação dos animais Nelore, o produtor atribui também essa importante conquista do Circuito Nelore de Qualidade ao intenso projeto de melhoramento genético realizado há mais de 25 anos, na propriedade de Carmolândia (TO), através do PMGZ, da ABCZ.

Campeões

A medalha de ouro de melhor lote de carcaças de machos ficou com Epaminondas de Andrade. José Coimbra Filho ficou com a prata e Alacides Negreiros Rodrigues com o bronze. A premiada pelo melhor lote de carcaças de fêmeas foi Luciana Vieira Costa Saddi. Os lotes com medalha de ouro foram presenteados com 500 quilos de suplementos minerais Matsuda, a serem entregues em suas propriedades com o acompanhamento da equipe técnica da empresa.

Circuito Nelore de Qualidade

Promovido pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, o Circuito Nelore de Qualidade fortalece e promove a genética e a carne dos animais da raça, contribuindo para elevar a produtividade da pecuária nacional. Trata-se de uma iniciativa que avalia resultados obtidos pelos produtores, cada qual em sua realidade e sistema de produção.

Promovida desde 1999, neste ano a iniciativa conta com o apoio da Friboi e da Matsuda. Com isso, o Circuito aumentou de tamanho e terá 26 etapas em 10 estados em 2019. Cerca de 20 mil animais devem ser avaliados até o final do ano, chegando a uma marca recorde desde o lançamento do Circuito. Em junho, a ação passa por Redenção (PA), Araguaína (TO), Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Colíder (MT).

Shopping de gado Nelore aquece Araguaína que se prepara a 51ª Expoara; evento quer movimentar mais de R$ 900 mil

A 51ª Expoara acontece de 06 a 16 de junho, mas alguns eventos já movimento o agronegócio local. O primeiro deles é Shopping Vale do Boi que acontece neste sábado, 25 de maio, e colocará à venda 120 reprodutores e matrizes PO, com expectativa de movimentação de mais de R$ 900 mil.

O produtor contará com parcelas fixas e descontos para pagamentos diferenciados, além da facilidade para escolha e tranquilidade na retirada de animais. (Foto Divulgação SRA)
O produtor contará com parcelas fixas e descontos para pagamentos diferenciados, além da facilidade para escolha e tranquilidade na retirada de animais. (Foto Divulgação SRA)

O Shopping Vale do Boi inicia a primeira oportunidade de negócios da 51ª Exposição Agropecuária de Araguaína (EXPOARA 2019). O evento será realizado neste sábado, 25, durante todo o dia na Fazenda Vale do Boi, a 27 km de Araguaína. Serão ofertados 100 reprodutores e 20 novilhas Nelore com avaliação genética positiva no Programa de Melhoramento Genético dos Zebuínos (PMGZ), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

O evento pretende movimentar mais de R$ 900 mil e um público de mais de 300 produtores dos estados do Tocantins, Pará e Maranhão. “Este ano as expectativas estão muito boas, com o preço do boi estável e o bezerro valorizado”, assegurou o responsável técnico da fazenda, Ricardo Andrade.

A Fazenda fica localizada na Rodovia TO-164, no Município de Carmolândia (TO).

Variabilidade genética

“A Vale do Boi oferece animais criados a pasto e adaptados às condições de serviço”, afirmou o organizador do evento e proprietário da fazenda, Epaminondas de Andrade. Os animais são produtos de 34 touros diferentes. “Esse fato garante variabilidade genética”.

O produtor contará com parcelas fixas e descontos para pagamentos diferenciados, além da facilidade para escolha e tranquilidade na retirada de animais. Todos os animais ofertados estão em um pré-catálogo que pode ser visualizado no site www.valedoboi.com.br.

A Fazenda

A Vale do Boi vem produzindo e comercializando reprodutores e matrizes Nelore de alta qualidade genética há mais de 40 anos. Busca permanentemente melhorar a capacidade de seus produtos em transmitir precocidade, rusticidade, fertilidade e rendimento de carcaça, características essenciais para melhorar da rentabilidade dos rebanhos de seus clientes.

O resultado do programa de melhoramento genético, da aplicação de tecnologia e modernas práticas de manejo são demonstrados através dos excelentes resultados obtidos no Sumário Nacional de Touros Raça Nelore (ABCZ/Embrapa), Certificado Especial de Produção (PMGZ/ABCZ), Prêmio MPE Brasil (MBC/SEBRAE), entre outros. (Da Ascom Sindicato Rural de Araguaína)

Serviço

EXPOARA 2019

Período: 6 a 16 de junho
Local: Parque de Exposições Dair José Lourenço
Portal do evento: www.portalsra.com.br
Redes sociais: Facebook – Sindicato Rural de Araguaina | /Instagram – Expaora2019_oficial | Twitter: PortalSRA | Hastag: #expoaraeuvou

Números

2018

  • Público: 255 mil
    Volume de Negócios: 55 milhões
    Expositores: 135 estandes (100%)

2017

  • Público: 250 mil
    Volume de Negócios: 50 milhões
    Expositores: 135 estandes (100%)

https://www.norteagropecuario.com.br/noticias/expoara-shopping-do-boi/

AgroAmbiental entrevista Ricardo da Vale do Boi

#AGROAMBIENTAL​: VIVIAN MACHADO ENTREVISTOU RICARDO ANDRADE – FAZENDA VALE DO BOI

Ricardo , gestor da propriedade, fala sobre as práticas de manejo responsáveis pelo nível de produtividade muito acima das médias nacionais e regionais. Desde os cuidados com as pastagens, preservação do solo, bem estar animal e alimentação do rebanho. Aplicando inovação e tecnologia.

Conheça a historia da Vale do Boi: Empresa Rural é vitrine do Tocantins

Localizada no Município de Carmolândia do Tocantins, a Fazenda Vale do Boi é vitrine da pecuária Tocantinense para o Brasil. A Vale do Boi vem produzindo e comercializando reprodutores e matrizes Nelores de alta qualidade genética por mais de 30 anos.

Ricardo e Epaminondas
Ricardo e Epaminondas

Buscando sempre permanentemente melhorar a capacidade de seus produtos e transmitir precocidade, rusticidade, fertilidade e rendimento de carcaça e que se fazem características essenciais da Vale no que diz respeito à rentabilidade dos rebanhos de seus clientes.

A reportagem do Diário Tocantinense foi até a sede da propriedade para conhecer de perto o trabalho desenvolvido pela equipe da Fazenda Vale do Boi no que diz respeito ao melhoramento genético e a alta qualidade do animal produzido pela fazenda.

“O trabalho foi iniciado pelo meu pai o senhor Epaminondas de Andrade, na região de Minas Gerais e posteriormente veio para o Tocantins, onde se desenvolveu”, afirmou Ricardo de Andrade zootecnista é filho do proprietário da Vale do Boi.

Para Ricardo de Andrade o resultado positivo da propriedade seu deu pela alta tecnologia com programa de melhoramento genético, da aplicação de tecnologia e modernas práticas de manejo que são demonstrados através de excelentes resultados obtidos no Sumário Nacional de Touros da Raça Nelore (ABCZ/Embrapa), Certificado Especial de Produção (PMGZ/ABCZ), Prêmio MPE Brasil (MBC/SEBRAE).

Hoje conforme Andrade a propriedade possui cerca de 13 tipos de pastagens que melhoram na qualidade de vida e de ganho de peso do animal. A propriedade está delimitada dentro de 1.200 hectares com subdivisões dentro da fazenda.

https://diariotocantinense.com.br/noticia/conheca-a-historia-da-vale-do-boi-empresa-rural-e-vitrine-do-tocantins/2276