Arquivo da categoria: Melhoramento Genético

Atividades do Programa de Melhoramento Genético da raça Nelore na Fazenda Vale do Boi

Nelore Brasil: ACNB apresenta Fazenda vale do Boi e parceria

Na fazenda Vale do Boi, 1.600 ha de pastagens, a diversidade dos capins massai, mombaça e brachiarão contribuem para o bom desenvolvimento do Nelore PO. O plantel é formado por 3.600 cabeças criadas a campo.

“É melhor um animal de frame mais moderado, que terá menos exigência, desenvolvendo-se mais, com um acabamento mais precoce. Vai atender melhor a exigência do cliente que vai comer carne, aqui no Brasil ou do outro lado do mundo.” comenta Epaminondas de Andrade, proprietário da fazenda.

A Vale do Boi conta ainda com sistema informatizado de todo o plantel. Nele estão contidas todas as informações oficiais da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) e é com base nelas que é elaborado o trabalho de seleção desenvolvido pela fazenda.

“Estes relatórios nos ajudam a determinar quais são os acasalamentos, rumo e direção da nossa seleção.” explica Ricardo José de Andrade, zootecnista e gerente da fazenda, sobre os dados fornecidos pelo PMGZ (Programa de Melhoramento Genético dos Zebuínos).

Para manter a qualidade e uniformidade dos animais, a Vale do Boi recorre aos melhores reprodutores do país através de inseminação artificial . Também é feita a coleta de sêmen, na própria fazenda, dos reprodutores do próprio criatório, com DEPs positivas para ganho de peso e precocidade de acabamento.

Todo este trabalho de melhoramento genético tem o respaldo do convênio firmado entra a ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil) e a Associação de Criadores de Nelore do Tocantins (ACNT).

https://www.youtube.com/v/owOFOnjMs1s

Genética melhoradora é essencial

Pecuaristas contam como o investimento em genética vem ajudando a melhorar o desempenho da raça nelore no Brasil

O Estado de S.Paulo

O pecuarista Luciano Borges Ribeiro, da Fazenda Rancho da Matinha, em Uberaba (MG), começou a investir no melhoramento genético de seu rebanho nelore no fim da década de 80. Nesta época, recorda, o zebu ainda não tinha desempenho, em termos de reprodução e produção de carne, compatível com as raças européias de gado de corte. ”O nelore não é uma raça tardia, como muitos acreditavam. O nelore estava tardio por falta de trabalho de seleção”, diz.

Ao mesmo tempo, a raça zebuína tinha a vantagem da rusticidade e do menor custo de produção. ”Fizemos cruzamento industrial, mas não foi tão satisfatório. Chegamos à conclusão de que o melhor cruzamento era de nelore com nelore”, diz. ”Havia um espaço para produzir nelore com genética de alto desempenho para carne e então iniciamos o trabalho com nelore PO voltado para melhorar os animais de rebanhos comerciais.”

O objetivo, diz Ribeiro, era produzir nelore precoce. ”O melhor caminho seria a partir de avaliações genéticas.” Por isso, o primeiro passo foi aderir a um programa de melhoramento genético. ”Há mais de 20 anos faço parte do Nelore Brasil, o programa oficial da ACNB (a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil).”

Para o pecuarista, uma das principais conquistas foi a redução da idade média do primeiro parto das fêmeas, de 36 para 24 meses. E ainda há o que melhorar. Na última estação de monta, diz, 72% das fêmeas emprenharam antes de 17 meses. ”Algumas com 12 meses. Isso significa que com 2 anos elas já estarão com bezerro. Isso não é nada extraordinário, mas é um desempenho compatível com as raças britânicas, como a angus.”

Na Fazenda Vale do Boi, em Carmolândia (TO), o pecuarista Epaminondas de Andrade começou seu plantel há cerca de 30 anos, com 300 animais. Hoje, o rebanho tem 4 mil animais, parte da criação é nelore PO e parte nelore de corte. ”Quando comecei tinha uma fazenda pequena, por isso precisava optar por um produto que tivesse valor agregado, para melhorar a rentabilidade.” O caminho também foi aderir a um programa de melhoramento genético. ”Crescemos e nos profissionalizamos. Hoje nos dedicamos quase integralmente à genética. A atividade de corte hoje é um complemento de renda.”

O programa, diz Andrade, tem um processo que controla os animais desde o nascimento. ”Pesamos e fazemos medições dos animais a cada 90 dias. Essas informações nos permitem que saibamos como está o desempenho do animal e dos pais em relação aos filhos”, explica. Além disso, o criador faz questão de participar de abates técnicos. ”É importante saber o que mercado está querendo.”

As melhorias, garante, são em todas as áreas. ”Há alguns anos nos preocupávamos mais com o ganho de peso. Mas não adianta o animal ser grande e pouco produtivo, com pouca fertilidade. A fertilidade implica que a vaca lhe dê um bezerro/ano, que seja bom de carcaça e acabamento de gordura. E isso vem melhorando.”

Esta seção, que tem por objetivo fomentar a raça nelore, resulta de parceria entre o Suplemento Agrícola e a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB)

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,genetica-melhoradora-e-essencial,199141,0.htm

CEP 2007: Produtos nelore indicados da Fazenda Vale do Boi

CEP 2007

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE ZEBU
CEP – CERTIFICADO ESPECIAL DE PRODUÇÃO – 2007
PRODUTOS CANDIDATOS AO CEP – CATEGORIA NACIONAL – SAFRA 2005
Criador: EPAMINONDAS DE ANDRADE Faz. Vale do Boi Raça: NELORE – PO
Nome do Animal Pai Avô Materno RG Dt. Nasc. IQG %TOP CEP #
FÊMEAS
HABA VB DA VALE VBV 6009 8/3/2005 4,74 0,1 BRONZE 650
HAIFA VB DA VALE VBV 6031 12/3/2005 4,28 0,1 PRATA 166
HEXONA VB DA VALE VBV 6223 3/10/2005 3,80 1 PRATA 203
HYBLA VB DA VALE VBV 6339 2/11/2005 3,77 1 PLATINA 65
HEXAMINA VB DA VALE VBV 6224 3/10/2005 3,68 0,5 PLATINA 64
HELICE VB DA VALE VBV 6138 9/9/2005 3,56 2 PLATINA 235
HOLDA VB DA VALE VBV 6266 14/10/2005 3,53 0,5 OURO 35
HAGAR VB DA VALE VBV 6059 24/3/2005 3,48 0,5 OURO 263
HORA VB DA VALE VBV 6298 21/10/2005 3,47 0,5 OURO 17
HUNGRIA VB DA VALE VBV 6334 2/11/2005 3,47 0,5 OURO 84
HERNE VB DA VALE VBV 6190 20/9/2005 3,32 3 PRATA 267
HAIA VB DA VALE VBV 6029 11/3/2005 3,31 0,5 PRATA 593
HERESIA VB DA VALE VBV 6185 20/9/2005 3,30 3 OURO 228
HORCA VB DA VALE VBV 6357 8/11/2005 3,29 0,5 PRATA 533
HENDECA VB DA VALE VBV 6152 13/9/2005 3,27 0,5 PLATINA 151
HARTE VB DA VALE VBV 6039 15/3/2005 3,15 1 BRONZE 29
HESSA VB DA VALE VBV 6204 28/9/2005 3,14 1 BRONZE 358
HURCA VB DA VALE VBV 6363 9/11/2005 3,13 1 PRATA 60
HEMINA VB DA VALE VBV 6149 13/9/2005 3,01 1 OURO 106
HELENINA VB DA VALE VBV 6136 9/9/2005 2,95 6 BRONZE 114
HAGARA VB DA VALE VBV 6422 25/11/2005 2,87 7 PRATA 169
HERSE VB DA VALE VBV 6200 27/9/2005 2,84 2 BRONZE 99
HIGIAMA VB DA VALE VBV 6241 8/10/2005 2,83 2 BRONZE 102
HYDE VB DA VALE VBV 6387 15/11/2005 2,83 7 OURO 278
HUMAIA VB DA VALE VBV 6343 4/11/2005 2,81 7 OURO 23
HESIONE VB DA VALE VBV 6202 27/9/2005 2,63 10 PRATA 130
HIPOTESE VB DA VALE VBV 6254 11/10/2005 2,62 3 BRONZE 749
HUMITA VB DA VALE VBV 6325 1/11/2005 2,54 12 BRONZE 235
HIDRICA VB DA VALE VBV 6234 6/10/2005 2,53 3 BRONZE 487
HARCADA VB DA VALE VBV 6407 22/11/2005 2,49 13 PRATA 47
HERANCA VB DA VALE VBV 6180 19/9/2005 2,47 3 PRATA 499
HESSITA VB DA VALE VBV 6205 28/9/2005 2,12 6 BRONZE 368
HARINA VB DA VALE VBV 6062 24/3/2005 1,96 8 BRONZE 281
HORTA VB DA VALE VBV 6306 24/10/2005 1,95 27 BRONZE 142
HEDVIGES VB DA VALE VBV 6119 8/8/2005 1,81 10 BRONZE 455
MACHOS
HAGEN VB DA VALE VBV 6065 25/3/2005 5,82 0,1 PLATINA 90
HABIB VB DA VALE VBV 6028 11/3/2005 5,82 0,1 PLATINA 182
HACO VB DA VALE VBV 6036 14/3/2005 5,54 0,1 OURO 197
HAMY VB DA VALE VBV 6095 18/4/2005 5,17 0,1 PLATINA 49
HANGAR VB DA VALE VBV 6088 14/4/2005 5,10 0,1 PRATA 188
HAMURABI VB DA VALE VBV 6096 18/4/2005 4,88 0,1 PLATINA 57
HANON VB DA VALE VBV 6083 7/4/2005 4,87 0,1 PLATINA 82
HANDY VB DA VALE VBV 6086 14/4/2005 4,63 0,1 PLATINA 94
HAKE VB DA VALE VBV 6040 15/3/2005 4,44 0,1 OURO 33
HERDADO VB DA VALE VBV 6166 16/9/2005 4,40 0,5 PLATINA 52
HELIACO VB DA VALE VBV 6156 14/9/2005 4,25 0,5 PLATINA 39
HASIK VB DA VALE VBV 6131 5/9/2005 4,15 0,5 PLATINA 29
HABILITADO VB DA VALE VBV 6018 9/3/2005 4,11 0,5 PRATA 145
HATON VB DA VALE VBV 6133 8/9/2005 4,06 0,5 PLATINA 104
HAMIRPUR VB DA VALE VBV 6097 18/4/2005 3,91 0,5 OURO 269
HADES VB DA VALE VBV 6047 17/3/2005 3,86 1 PLATINA 232
HADON VB DA VALE VBV 6044 17/3/2005 3,82 1 PRATA 487
HELIOS VB DA VALE VBV 6155 14/9/2005 3,76 1 PLATINA 139
HATUAL VB DA VALE VBV 6377 12/11/2005 3,66 1 PRATA 182
HODER VB DA VALE VBV 6270 15/10/2005 3,22 3 PRATA 17
HORIZONTE VB DA VALE VBV 6332 2/11/2005 3,21 4 PRATA 378
HANKO VB DA VALE VBV 6082 7/4/2005 3,21 4 BRONZE 557
HINDU VB DA VALE VBV 6269 15/10/2005 3,15 4 OURO 186
HUMORAL VB DA VALE VBV 6335 1/11/2005 3,12 4 OURO 137
HAXIMA VB DA VALE VBV 6134 8/9/2005 3,10 4 PRATA 395
HEREDO VB DA VALE VBV 6172 17/9/2005 3,06 5 PLATINA 172
HIFEN VB DA VALE VBV 6251 10/10/2005 3,03 5 PRATA 800
HETERIO VB DA VALE VBV 6201 27/9/2005 2,95 6 PRATA 68
HAB VB DA VALE VBV 6367 10/11/2005 2,93 6 OURO 50
HECTO VB DA VALE VBV 6153 14/9/2005 2,88 7 PRATA 488
HUON VB DA VALE VBV 6399 21/11/2005 2,87 7 OURO 207
HIMALAIA VB DA VALE VBV 6260 13/10/2005 2,77 9 PRATA 670
HODY VB DA VALE VBV 6329 1/11/2005 2,74 8 PRATA 595
HOTEL VB DA VALE VBV 6340 2/11/2005 2,65 10 BRONZE 499
HEBRAICO VB DA VALE VBV 6123 1/9/2005 2,38 15 BRONZE 391
HUMILE VB DA VALE VBV 6417 24/11/2005 2,31 17 BRONZE 384
HAMBURGO VB DA VALE VBV 6098 18/4/2005 2,28 18 BRONZE 258
HIDALGO VB DA VALE VBV 6229 4/10/2005 2,28 18 BRONZE 315
HIDOLO VB DA VALE VBV 6361 9/11/2005 2,23 19 BRONZE 620
HEROI VB DA VALE VBV 6168 16/9/2005 2,21 19 BRONZE 310
HERVEY VB DA VALE VBV 6198 27/9/2005 2,17 20 PRATA 747
HUPE VB DA VALE VBV 6405 22/11/2005 2,04 24 BRONZE 323
HERCO VB DA VALE VBV 6173 17/9/2005 1,83 31 BRONZE 481
HEROICO VB DA VALE VBV 6191 20/9/2005 1,71 36 BRONZE 743

Fonte: PMGZ/ABCZ

CEP 2006: Produtos nelore indicados da Fazenda Vale do Boi

CEP 2006

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE ZEBU
CEP – CERTIFICADO ESPECIAL DE PRODUÇÃO – 2006
PRODUTOS CANDIDATOS AO CEP – CATEGORIA NACIONAL – SAFRA 2004
Criador: EPAMINONDAS DE ANDRADE Faz. Vale do Boi Raça: NELORE – PO
Nome do Animal Pai Avô Materno RG Dt. Nasc. IQG %TOP CEP #
FÊMEAS
FALCA VB DA VALE VBV 5385 4/4/2003 3,89 1 OURO 15
FAMOSA VB DA VALE VBV 5409 16/4/2003 3,54 2 OURO 397
FAVORITA VB DA VALE VBV 5421 23/4/2003 3,28 0,5 PRATA 406
FALERA VB DA VALE VBV 5395 7/4/2003 3,13 4 PRATA 494
FALTA VB DA VALE VBV 5393 7/4/2003 2,97 2 BRONZE 458
FORMA VB DA VALE VBV 5622 12/11/2003 2,83 7 BRONZE 393
FACADA VB DA VALE VBV 5334 20/3/2003 2,53 3 BRONZE 658
FABIANA VB DA VALE VBV 5325 17/3/2003 2,40 4 BRONZE 707
FACHA VB DA VALE VBV 5341 21/3/2003 2,32 16 PRATA 207
FACULA VB DA VALE VBV 5352 24/3/2003 2,17 21 BRONZE 270
MACHOS
FASTO VB DA VALE VBV 5464 17/9/2003 6,13 0,1 PLATINA 13
FEUDAL VB DA VALE VBV 5511 26/9/2003 5,48 0,1 PLATINA 3
FERID VB DA VALE VBV 5494 23/9/2003 4,62 0,1 OURO 392
FARUK VB DA VALE VBV 5413 17/4/2003 4,55 0,1 PLATINA 45
FABRO VB DA VALE VBV 5333 20/3/2003 4,25 0,5 PLATINA 140
FILAO VB DA VALE VBV 5551 14/10/2003 4,22 0,5 OURO 235
FACIL VB DA VALE VBV 5344 22/3/2003 4,18 0,5 PLATINA 52
FILANTE VB DA VALE VBV 5535 4/10/2003 4,05 0,5 PRATA 510
FARNE VB DA VALE VBV 5462 17/9/2003 4,00 0,5 OURO 274
FALCAO VB DA VALE VBV 5372 31/3/2003 3,90 1 OURO 347
FAMOSO VB DA VALE VBV 5386 4/4/2003 3,89 1 OURO 134
FANCO VB DA VALE VBV 5445 13/9/2003 3,55 3 PLATINA 87
FALLON VB DA VALE VBV 5383 3/4/2003 3,53 2 BRONZE 319
FIDO VB DA VALE VBV 5521 29/9/2003 3,51 2 OURO 253
FATO VB DA VALE VBV 5424 24/4/2003 3,38 3 PRATA 545
FAROL VB DA VALE VBV 5401 11/4/2003 3,35 3 PRATA 174
FLAP VB DA VALE VBV 5550 14/10/2003 3,33 3 OURO 255
FANTASTICO VB DA VALE VBV 5388 4/4/2003 3,31 3 PRATA 553
FLORO VB DA VALE VBV 5580 29/10/2003 3,20 4 BRONZE 715
FENICIO VB DA VALE VBV 5480 20/9/2003 3,19 4 PRATA 175
FACEIRO VB DA VALE VBV 5340 21/3/2003 3,10 4 PRATA 743
FLAMO VB DA VALE VBV 5566 17/10/2003 3,00 5 PRATA 724
FALUDI VB DA VALE VBV 5396 10/4/2003 2,95 6 PRATA 35
FALERNO VB DA VALE VBV 5375 31/3/2003 2,92 6 BRONZE 438
FARO VB DA VALE VBV 5410 16/4/2003 2,89 6 BRONZE 594
FALIJO VB DA VALE VBV 5440 12/9/2003 2,89 6 PRATA 831
FABELO VB DA VALE VBV 5329 17/3/2003 2,77 8 PRATA 420
FENOTIPO VB DA VALE VBV 5491 23/9/2003 2,67 9 PRATA 668
FIDALGO VB DA VALE VBV 5519 29/9/2003 2,54 12 BRONZE 28
FAZY VB DA VALE VBV 5415 18/4/2003 2,49 13 BRONZE 578
FOGO VB DA VALE VBV 5605 3/11/2003 2,42 14 PRATA 785
FALCAO VB DA VALE VBV 5335 20/3/2003 2,30 17 BRONZE 816
FAVORY VB DA VALE VBV 5499 24/9/2003 2,23 19 PRATA 590

Fonte: PMGZ/ABCZ

Quando dizer adeus aos touros

Com o fim da estação de monta, é aconselhável que os touros sigam para um pasto próprio, para um merecido descanso. “Se trabalharam bem na fase de acasalamento, estarão com condições corporais demandando cuidados e merecerão mesmo alguma suplementação alimentar”, comenta o pesquisador da área de Genética Aplicada da Embrapa Gado de Corte Antônio do Nascimento Rosa.

Rosa salienta, porém, que logo após a recuperação eles devem ser avaliados. De acordo com o resultado dos exames, se comprovada alguma deficiência, devem ser substituídos no rebanho o mais rapidamente possível. A idéia é que isto seja feito cedo para aproveitar a maior facilidade de venda para animais jovens. “Para reprodução, quanto mais novo um touro, mais fácil de ser vendido ou trocado; para abate, quanto mais velho, mais difícil será conseguir um bom acabamento de carcaça”, justifica o técnico. Além disso, a rapidez no descarte evitará que se trate do animal, durante meses, para eliminá-lo nas proximidades da nova estação de monta.

Rosa elenca os quesitos a se levar em conta na avaliação dos reprodutores: libido, fertilidade, condição dos aprumos dianteiros e traseiros, conformação frigorífica e valor genético, ou seja, a capacidade de transmitir suas características à progênie.

A idade para substituição dos touros também é quesito importante, pois se evita que venham a cobrir as próprias filhas. Um animal de qualidade comprovada deve ser mantido na propriedade, porém, o criador deve tomar os devidos cuidados para evitar acasalamentos consangüíneos.

Na Fazenda Vale do Boi, em Araguaína, TO, o pecuarista Epaminondas de Andrade mantém os reprodutores, em média, por dois anos no plantel. Diz que o procedimento facilita a comercialização. Estão excluídos da regra os touros que, após esse período, geraram progênies comprovadamente superiores às de suas contemporâneas. Sobretudo no que se refere à produção de matrizes boas criadeiras. “Claro que avaliamos a performance do touro durante a monta e sua condição corporal, mas não dá pra avaliar somente no olho. Após o serviço, selecionamos nossos reprodutores em função de seu valor genético, com ênfase em habilidade materna”, explica o criador. E confirma que o procedimento acontece logo após o término da estação.

A reportagem “Quando dizer adeus aos touros” foi escrita pelo repórter Gualberto Vita para a Revista DBO, em abril de 2006
http://www.portaldbo.com.br/noticias/DetalheNoticia.aspx?notid=34895

O real valor genético do zebu selecionado

Revista ABCZ Mar/Abr 2006

A Vale do Boi tem o rebanho nelore com maior número de CEPs PLATINA.

Tempo Técnico

O real valor genético do zebu selecionado

Na seleção, conhecer o real valor genético dos animais é essencial. Entre o valor genético real dos indivíduos e nossa avaliação, se interpõem camadas e camadas de elementos que desviam nossa atenção. Todos os esforços para remover essas camadas que falseiam nossas decisões são dignos de louvor. Em geral, eles demandam tempo e dinheiro, e aqueles que travam essa batalha merecem todo crédito. Neste espaço, desta edição, gostaria de apresentar algumas informações sobre o PMGZ – Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos, trabalho que é conduzido pela equipe da Superintendência de Melhoramento Genético – SMG, com muita dedicação. É um conjunto pequeno de informações dada a dimensão real do programa, mas é válida sua divulgação. A proposta é mantê-la atualizada a cada edição da nossa revista.

Seu rebanho é especial?
Sabia que em seu rebanho podem existir animais especiais?
Animal com CEP (Certificado Especial de Produção) é animal especial, pois a ABCZ atesta sua superioridade genética e fenotípica.
Baseado nas Avaliações Genéticas ABCZ – Embrapa/CNPGC, os animais participantes do PMGZ são avaliados e determina-se seu IQG – Índice de Qualificação Genética.
Este IQG apresenta a seguinte ponderação:

IQG = 10% PM-EM + 15% PD-ED + 20% TMD + 30%PS + 10% IPP + 10% I2P + 5% PES

Onde:
PM- EM: DEP para efeito materno sobre o peso aos 120 dias (kg);
PD-ED: DEP para peso aos 240 dias (kg), efeito direto;
TMD: DEP para total materno sobre o peso a desmama (kg);
PS: DEP para peso ao sobre ano (kg);
IPP: Idade ao primeiro parto (dias) ;
I2P:DEP para intervalo entre o primeiro e segundo parto (dias);
PES: DEP para perímetro escrotal ao sobre ano (cm).

Os 8% melhores animais PO baseados neste índice (IQG) e nascidos na safra avaliada, são pré-candidatos ao CEP, portanto devem ser avaliados fenotipicamente por um técnico da ABCZ.
Assim, o intuito do CEP é identificar e disponibilizar ao mercado animais com genética superior e biotipo adequado à produção.

O CEP está dividido em quatro categorias:

CEP Platina: animais entre os 0,5% melhores IQG
CEP Ouro: animais entre os 2% melhores IQG
CEP Prata: animais entre os 5% melhores IQG
CEP Bronze: animais entre os 8% melhores IQG

Prova de ganho em peso

Por sua fácil execução e alta eficiência técnica, seja ela realizada a pasto ou confinada, a PGP – Prova de Ganho em Peso, é uma das provas zootécnicas que mais vem crescendo dentro do PMGZ. Conheça as PGP´s que encerraram e as que iniciaram em 2006:

Luiz Antonio Josahkian é superintendente-técnico da ABCZ.

http://www.abcz.org.br/site/produtos/revista/index.php?cb_mes=03&cb_ano=2006&idrevista=31

PMGZ: a sigla do melhoramento genético

Revista ABCZ Nov/Dez 2005

Programa da ABCZ caracteriza a genética do zebu; banco de dados é o maior do mundo.

Epaminondas de Andrade ainda era um principiante na lida com a pecuária, em meados da década de 1970, quando já se preocupava em responder à pergunta: como se fazer o melhoramento genético de zebuínos? “Naquela época, um amigo criador, bem mais antigo do que eu, e com mais experiência, me disse que, se para selecionar gado PO, tivesse que fazer o Ponderal, ele preferia parar de criar. Fiquei assustado, surpreso”, lembra o pecuarista ao recordar-se das provas iniciais de ganho em peso da ABCZ, em 1968.

Atuante na região Norte do Brasil, Epaminondas disse notar que, a exemplo do passado, muitos criadores da atualidade ainda não se atentaram para o valor dos programas de melhoramento genético como ferramenta de trabalho. “Existe, e prevalece, a cultura antiga do olho, da pessoa que utiliza o touro registrado, grande e bonito, com um grupo de vacas registradas, e que acredita estar fazendo seleção”, disse o criador, proprietário da fazenda Vale do Boi, no município de Carmolândia, no Estado de Tocantins.

Na sua propriedade, o selecionador de gado nelore sempre registrou – outrora no papel, hoje no computador – todas as informações de seu rebanho, até mesmo dos animais cara limpa. “É o que chamamos atualmente de valor agregado”, ressaltou, ao comentar que traz consigo esse conceito a partir de sua experiência como administrador de empresas. “Sabemos a habilidade materna de cada vaca da fazenda, inclusive, do rebanho comercial”, disse Ricardo José de Andrade, filho do criador.

Pioneiro na utilização do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), Epaminondas de Andrade afirma que custos, receitas e índices de produtividade são termos incorporados ao seu negócio desde o início de sua atividade como pecuarista. “O rebanho evolui com mensuração”.

A ótica de trabalho do criador mineiro radicado no Tocantins rendeu dois pontos importantes em seu empreendimento. O primeiro deles é que, mesmo sem participar de pistas de julgamento, a genética da Vale do Boi está presente nos reprodutores que lideram o Sumário de Touros ABCZ/Embrapa; em segundo lugar, animais nascidos e criados na fazenda consagraram-se campeões em dois abates técnicos, na categoria Lote de Carcaça, realizados pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), em Tocantins.

“O PMGZ permite com bastante precisão, baseado em critérios técnicos, identificar os melhores animais do rebanho, e direcionar cada grupo e característica dos mesmos de acordo com o mercado específico que o produtor quer atingir. São várias as características observadas pelo Programa, que busca atender as mais variadas demandas da pecuária”, afirmou Nelson Pineda, diretor Técnico da ABCZ.

“Seleção não é descartar um animal que nasce mancando de uma perna. Não é tão simples assim”, emendou Epaminondas de Andrade, ao se declarar um aprendiz de genética com base na teoria da “ervilha de Mendel”, e assumir que ocorreram diversas mudanças na área científica nesses seus mais de 30 anos como pecuarista. “Alguém pode até dizer que alcança algum avanço genético sem programa de melhoramento, mas é um avanço irrelevante para a pecuária atual”, afirmou.

Ciência

Com o mundo cada vez mais conectado entre si, a influência direta da economia global no destino do setor produtivo é ainda maior; tendência que leva à equação: aumento de produtividade versus redução de custos. “Incorporar tecnologia é fundamental para que os pecuaristas aumentem o ganho na seleção de seus rebanhos”, salienta Carlos Henrique Cavallari Machado, superintendente técnico-Adjunto da ABCZ.

Segundo ele, a pressão diária do mercado cobra maior eficiência dos criadores e, conseqüentemente, mais perspicácia no processo de produção. “O PMGZ identifica os melhores animais com maior probabilidade de acerto. Com isso, o ganho genético é mais acelerado. Aumenta-se os genes favoráveis no rebanho e diminui-se os não desejáveis”, explica o diretor Pineda, que vê nas estimativas de valores genéticos (VG) uma das grandes ferramentas geradas pelo PMGZ ao selecionador.

O ganho genético a que Pineda se refere foi o que o gerente da fazenda Morada da Prata, Fernando Garcia de Carvalho, objetivou para o plantel tabapuã da propriedade quando adotou o PMGZ. Na época, Carvalho era diretor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT) e foi encarregado, também, de escolher qual o programa que seria adotado para raça com a oficialização da sua entidade.

“A base de dados do PMGZ é uma das suas grandes vantagens. Podemos comparar a tabapuã com outras raças zebuínas”, comentou o gerente da Morada da Prata, fazenda que completa sua 28ª Prova de Ganho em Peso, pela ABCZ. Atualmente, cerca de 25% dos animais tabapuã avaliados pelo PMGZ são pertencentes à Morada da Prata – a propriedade, localizada próxima à Batatais (SP), comporta 1.200 animais no total, sendo 500 deles matrizes.

“Existem clientes que querem animais com valor agregado. Os criadores geralmente são bons na seleção do ‘olho’, mas o PMGZ não faz seleção e, sim, melhoramento genético”, afirmou Fernando Carvalho, que há 13 anos atua na fazenda do interior paulista. Segundo ele, é importante o criador aliar o PMGZ ao Procan +, bem como incentivar e participar dos dias de campo promovidos pela ABCZ.

Carne e leite

O capixaba Carlos Fernando Fontenelle Dumans divide seu tempo entre o petróleo e a pecuária, mais precisamente com o guzerá NF. Engenheiro, Carlos Fernando trabalha na Petrobrás e ajuda a administrar a fazenda Fontenelle, localizada em Baixo Guandu (ES). Segundo ele, os animais da propriedade são todos provados em conformidade com os regulamentos das Provas de Leite da ABCZ. “Nos três currais da fazenda, uma vez por mês, é feita a pesagem oficial do leite por técnico da ABCZ para registro da produção leiteira”, comentou.

Adepta ao PMGZ, a marca NF tem sido destaque no Concurso Leiteiro da ExpoZebu desde 1992 quando atingiu produções como a das fêmeas Alvura NF (Reservada Grande Campeã), com 25 kg de leite/dia, sem ajustes, e Traíra NF (Campeã Vaca Adulta), com 31 kg/dia, ajustados para 4% MG.

Para reforçar o potencial de produção leiteira da raça guzerá, Carlos Fernando evidencia outros criatórios e cita como exemplo a quebra de recorde mundial do Concurso Leiteiro da ExpoZebu 2005, onde a fêmea Nagoia Taboquinha, registrou a maior produção de leite em torneios públicos da raça, com a produção média de 37,100 Kg/dia.

“Programas como o PMGZ são peças importantes para a seleção. Dão ao criador condição de verificar informações que vão servir para avaliar com maior eficiência as possibilidades de melhoramento genético do rebanho. É preciso dispor dessas informações para se melhorar a produtividade. Sem esse tipo de programa é muito mais complicado trabalhar com seleção”, reforçou Haroldo Fontenelle, que é tio de Carlos Fernando, proprietário da marca NF e ex-integrante do Conselho e do Colégio de Jurados da ABCZ.

Ambos acreditam que o gado guzerá desempenha bem a função de produzir carne e leite. Embora, o trabalho de reconhecer na seleção a dupla aptidão, segundo Carlos Fernando, não seja fácil. “É um desafio que programas como o PMGZ têm que superar”, sugeriu o engenheiro, “pois melhorar geneticamente o guzerá é um desafio permanente”, emendou.
Roberto Franco, criador de guzerá em Sales de Oliveira (SP) e Jussara (GO), reforça a tese de que o uso de um programa de melhoramento é peça indispensável para se fazer genética. “A base de dados da ABCZ é muito rica e as informações muito detalhadas. Isso nos dá tranqüilidade ao realizarmos a seleção dos animais da propriedade. É importante ter parâmetros detalhados quando se quer resultados eficientes e comprovados”, ressaltou.

Para Roberto Franco, que utiliza o PMGZ desde o seu lançamento, o programa tem evoluído muito, pois, atualmente, o criador tem acesso aos dados com maior facilidade. “É preciso saber como cruzar ou acasalar os animais para não correr o risco de descaracterizar o potencial do produto. E não adianta querer cruzar sem saber o que se está fazendo porque pode-se descaracterizar até a raça pura com isso”, alertou.

É para esse ponto que o diretor Técnico da ABCZ, Nelson Pineda, chama atenção, esclarecendo que as estimativas das DEPs em gado de corte e as PTAs em gado de leite, que correspondem a metade do VG, são o indicativos da probabilidade de um animal transmitir as suas qualidades a outro exemplar. “Participar do PMGZ, por si só, não significa que haverá progresso genético do plantel. Os dados utilizados e os reprodutores e matrizes eleitos são fundamentais no resultado”, recomendou Pineda. Segundo ele, uma coleta de dados sem precisão, e seriedade, é inválida e altamente prejudicial.

Importância do PMGZ

É o maior arquivo do mundo no que diz respeito a dados técnicos de bovinos. “Incialmente, o controle desses animais restringia-se a avaliações de características de padrão, como o tamanho das orelhas na raça indubrasil, nas primeiras décadas do século XX”, lembrou o presidente da ABCZ, Orestes Prata Tibery Júnior.

Percebendo a necessidade de ampliar as características avaliadas no zebu, a ABCZ iniciou, em 1968, as suas provas zootécnicas com a implantação do Controle de Desenvolvimento Ponderal (CDP), que trabalhou com medidas de quantidade, como os pesos em diferentes idades – através das Provas de Ganho em Peso (PGP). Naquela época, foram inscritos 996 animais, 448 machos e 548 fêmeas, sendo 531 da raça gir, 98 guzerá, 117 indubrasil e 250 nelore. No ano passado, a entidade contabilizou 142.279 animais inscritos no CDP, sendo 72.684 machos e 69.595 fêmeas.

Ao longo dos anos, a avaliação dos animais passou a levar em consideração características de valor econômico da produção, com vistas nos aspectos ambientais e sociais, o que incorporou ao PMGZ uma série de dados como a relação ossos/músculos, maciez e percentual de gordura na carne, fertilidade, resistência, avaliações de tipo (método EPMURAS) e outros. “Essa evolução do Programa demonstra o quanto nos preocupamos em atingir nosso objetivo, que é o de oferecer uma ferramenta ao criador que o auxilie na busca de um retorno econômico, aliado com maior contribuição social e menor impacto ambiental”, disse o superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian.

Nova Fase

Há 26 anos, a Embrapa Gado de Corte é parceira da ABCZ, junto com o MAPA, na elaboração dos sumários de touros das raças zebuínas. O propósito dessa iniciativa foi disponibilizar, para as fazendas participantes do CDP, as avaliações de suas matrizes e animais jovens (machos e fêmeas). “Agora, evoluímos nessa parceria”, disse Luiz Otávio Campos da Silva, responsável pela equipe de melhoramento animal da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS).

Segundo ele, ABCZ e Embrapa vão trabalhar em conjunto no sentido de “unir” as informações disponíveis nos sumários de touros existentes no mercado. “A idéia é que, desta forma, além de ser oportunizado maior entendimento dos resultados das avaliações genéticas que aparecem nos sumários, haja um entendimento do processo do melhoramento como um todo”, reforçou Luiz Otávio.

De acordo com o especialista da Embrapa, o trabalho, entendido como uma prestação de serviço, será baseado na sinergia entre o corpo técnico da ABCZ e o corpo de gerência e manejo das fazendas, podendo se dar de forma isolada ou agrupada. “Esta união viabilizará a melhoria de todo o processo que se estende desde a definição dos objetivos, passando pela eleição do conjunto de características a serem trabalhadas, coleta dos dados, seguindo até a utilização das informações geradas, assim como na aplicação de critérios de seleção”, informou Luiz Otávio.
A maior otimização do Programa entusiasmou ainda mais o pecuarista Epaminondas de Andrade, que fez uma ressalva sobre a evolução das avaliações técnicas da ABCZ: “Hoje, aquele meu amigo que era resistente ao Ponderal, utiliza o PMGZ”.

Box 01
Passos para instalação de um programa de melhoramento genético
• Identificar todos os animais com numeração única e permanente;
• Definir o número de matrizes do rebanho;
• Definir o número de touros necessários;
• Definir os critérios de seleção a serem adotados, consoantes com as tendências e exigências do mercado;
• Estabelecer uma estação de monta, sendo sugerido a de 90 dias ou menos;
• Introduzir, quando necessário, variabilidade genética, evitando consangüinidade inicial;
• É ideal que se descarte as vacas e novilhas vazias, sendo outra opção o descarte das vacas que falharem duas vezes em três anos ou ainda, implacavelmente, as que falharem por dois anos consecutivos;
• Avaliar o desempenho de todos os animais nascidos, mesmo que portadores de defeitos;
Subdividir o rebanho em categoria de sexo e idade para facilitar o manejo;
• Manter sempre os animais até o momento da seleção em grupos de contemporâneos;
• Usar a balança para medir;
• Subdividir as pastagens para receber os lotes de acasalamento, maternidade e desmama;
• Proceder a uma desmama organizada;
• Criar índices próprios de seleção, atendendo demandas genéticas específicas;
• Cuidar para reduzir o intervalo entre gerações, usando touros e vacas jovens na reprodução e substituindo, sempre que possível, as vacas mais velhas por novilhas melhoradas;
• Selecionar os animais pelo desempenho individual, procurando sempre conciliar os maiores diferenciais de seleção (no caso de seleção para peso, kg acima da média do grupo de contemporâneos) com outros critérios de seleção;
• Não usar somente touros aparentados entre si na reprodução, evitando dessa forma consangüinidade em níveis prejudiciais;

Box 02
Vantagens do PMGZ
• Melhora a fertilidade do rebanho
• Evidencia os animais, mais precoces
• Melhora os índices de ganho de peso
• Diminui o intervalo entre gerações
• Coloca à venda animais testados, agregando valor aos mesmos
• Proporciona aos criadores produzirem animais prontos para abate mais jovens

Box 03
Controle Leiteiro
O criador que deseja iniciar o controle leiteiro em seu rebanho deverá entrar em contato com a ABCZ, através de nossos escritórios ou filiadas. Há também o sistema de credenciamento de controladores, que permite ao criador indicar técnicos de sua região para executar os controles mensais na propriedade, reduzindo em grande parte os custos do processo.
São requisitos básicos para iniciar o controle leiteiro em uma propriedade:
• Toda matriz deve possuir identificação (RGN ou RGD)
• A matriz deve estar com no máximo, 75 dias de parida no primeiro controle
• O primeiro controle deve ser feito após o 5º dia de parição
• O intervalo entre controles deve ser no mínimo 15 e no máximo 45 dias

Ao final de toda a lactação com mais de três controles, é emitido pela ABCZ o Certificado de Produção em Controle Leiteiro Oficial. Nesse relatório são demonstrados todos os controles realizados, o que permite apresentar um gráfico onde podem ser visualizadas a curva e a persistência da lactacão. É demonstrada também a produção de leite em até 305 dias e produção de leite em até 365 dias de lactação.

http://www.abcz.org.br/site/produtos/revista/index.php?cb_mes=11&cb_ano=2005&idrevista=29

Um novo polo de pecuária no norte

O Pará tem atraído pecuaristas de várias regiões do Brasil e hoje possui o quarto maior rebanho bovino do País, estimado em 15 milhões de cabeças, concentradas principalmente no sul e sudeste do Estado, com 9 milhões de animais. “O Pará é um grande banco de genética. Entre todos os Estados é o que mais tem investido”, garante o pecuarista Marco Marcelino de Oliveira, do Grupo Campo de Boi. “Cerca de 60% dos animais ofertados nos grandes leilões de Uberaba (MG) são comprados por criadores do Pará”, diz o criador. Só para ilustrar, ele informa que animais da Fazenda Cedro, pertencente a Benedito Mutran, e da Fazenda Arataú, do Grupo Queiroz Galvão, ambas no Pará, venceram os três últimos grandes campeonatos da ExpoZebu. “Nas fêmeas, o resultado tem sido extraordinário, tanto no nelore-padrão como no mocho.”

Há 40 anos, Marcelino de Oliveira saiu da Paraíba e desembarcou no Pará com o propósito de fundar a divisão agropecuária de uma multinacional da área veterinária. “Cheguei, gostei, fiquei, casei e comprei fazenda e gado”, conta. Gostou tanto que atualmente possui 10 mil animais, sendo 1.700 matrizes registradas. Dessas, 276 doadoras. Os animais de corte são criados em pastagens de braquiarão e quicuio e os produtos de genética são confinados.

“A elite da pecuária nacional tem fazenda no sul do Pará”, afirma o paulista de Guará Cesar Luiz Rodrigues de Freitas, dono do Frigo Class, com duas unidades, uma em Marabá (PA) e outra em Promissão (SP) – o antigo Frigo Dias, recém-inaugurado –, ambas liberadas para exportação.

Segundo o paulista José Francisco Diamantino, o rebanho paraense é muito bom e está crescendo em qualidade e quantidade. “Os pecuaristas da região são todos competentes e tradicionais”, diz. “São, na sua maioria, de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, trabalham muito bem a questão de sanidade e procuram a precocidade dos animais.” Nesse aspecto, ele diz que, há cinco anos, o Estado era classificado como de “risco desconhecido” pelo Ministério da Agricultura, em relação ao controle da febre aftosa. Com um trabalho persistente dos produtores e apoio do governo, o Estado evoluiu, passando para alto e médio riscos. “Esperamos, este ano, alcançar o status de livre de aftosa, com vacinação.”

Diamantino usa tecnologia de ponta: inseminação artificial, transferência de embriões, acasalamentos dirigidos e fecundação in vitro. Ainda novo, saiu de São Paulo, com os pais, para o Paraná. “Soubemos que o Incra estava abrindo a Transamazônica e estava doando lotes pequenos e vendendo lotes maiores, por meio de licitação”, conta. “Compramos as primeiras terras em Altamira e iniciamos a criação de gado há dez anos.” Depois, montaram uma concessionária de automóveis em Marabá. Foram crescendo, aumentando as terras e adquirindo tecnologia. “Copiamos o modelo de Benedito Mutran, um fazendeiro da região, pioneiro em embriões e acasalamento”, diz. Contrataram técnicos da região e especialistas em melhoramento genético, entre eles o veterinário Maurício Teixeira. Depois incorporaram à equipe um especialista em reprodução animal, Joaquim Correia, que a cada 30 dias visita a fazenda e hoje faz a parte de transferência de embriões. Na mesma visita ele dá assistência a mais dois criatórios: o de Benedito Mutran e o da Fazenda Arataú.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, coordenador do Núcleo da Embrapa em Marabá (PA), Raimundo Nonato Brabo Alves, na região predomina a pecuária extensiva, basicamente com o gado nelore. “Em genética a região está bastante avançada, os pecuaristas estão na frente”, observa. “Tanto que hoje as pesquisas estão voltadas para o melhoramento e a diversificação de pastagens.” Predomina na região o pasto de capim quicuio, do gênero braquiária, principalmente o braquiarão. Mas já estão ocorrendo problemas, como morte de pastos de braquiarão, por causa da falta de fertilização.

Alves afirma que, segundo estimativas, a Amazônia Legal tem 1 milhão de hectares de pastagens degradadas e, por isso, há três anos, o foco dos trabalhos da unidade voltou-se para a integração pecuária-agricultura, visando a elevar a produtividade da pecuária com o plantio de grãos. Como vantagens do sistema, o pesquisador cita a recuperação das pastagens degradadas por meio da fertilização do solo, o aumento da capacidade de lotação e da produção de carne por área. No aspecto econômico, um dos benefícios apontados por Alves é a estabilidade econômica, com o crescimento da pecuária de corte e de leite e a produção de soja, milho, arroz, feijão e sorgo. Em termos ambientais, Alves explica que o sistema ajuda a reduzir a pressão sobre as florestas, aumentando a produtividade pecuária nas áreas nas quais já existe a atividade.

Os pecuaristas do Estado vendem boi em pé para o mercado regional e Nordeste. Já os frigoríficos comercializam carne na região e enviam carne desossada para São Paulo. Levando em conta a localização do Estado em relação aos mercados europeu e americano, os pecuaristas estão apostando na queda das barreiras sanitárias, em breve.

Segundo Roque Quagliato, do Grupo Irmãos Quagliato, que possui várias fazendas na região, o problema das barreiras continua sendo um entrave para as exportações. Ele conta, porém, que, em maio deste ano, dez criadores conseguiram liberar a exportação de 2 mil nelores cruzados vivos para o Líbano, uma negociação encabeçada pelo Frigorífico Minerva, de Barretos (SP). Ele enviou 308 animais do seu rebanho. “O gado foi embarcado no Porto de Barcarena, vizinho a Belém (PA), e seguiu viagem por 21 dias até o destino”, informa, acrescentando que os animais foram transportados em caminhões pela Rodovia PA-150 “Estamos realizando estudos sobre a logística de transporte, pois comprador para nosso gado existe.”

Freitas, dono do Frigo Class, considera a carne paraense de boa qualidade e macia. Ele abate, em média, 800 bois por dia na unidade de Marabá e 300 bois por dia em Promissão. A carne dos animais abatidos pelo seu frigorífico é distribuída nas grandes capitais: Recife, Fortaleza, João Pessoa, Natal, São Paulo e Rio. Na região, explica, o boi vai para o abate aos 32 meses com 18 arrobas, em média. As vísceras brancas (bucho, testículos, aorta) são enviadas para a China, e o dianteiro, para o Oriente Médio. Já o couro cru é vendido em Redenção para a Bracol, empresa do Grupo Bertin. “O couro é curtido no Pará, de onde é exportado para a Itália, pelo Bertin.” Freitas também cria gado na região, onde possui seis fazendas, na região de Redenção, no total de 38 mil hectares e 30 mil cabeças de nelore comercial.

O médico veterinário de Mococa (SP) Fernando Galvani deixou São Paulo, em 1995, para prestar assistência às fazendas de gado do Tocantins.

Vislumbrando o potencial do agronegócio no Pará, em outubro de 2002 ele montou em Marabá (PA) uma empresa de consultoria e prestação de serviços ao agronegócio, especialmente na área veterinária e de alimentos. “No Pará tem tudo o que um pecuarista quer: terra barata, índice de chuvas ideal e capim espetacular”, enumera. “Quem quer crescer, ganhar dinheiro e buscar novas oportunidades, vem para cá.”

Galvani conta que decidiu ir para o Pará depois de ser contratado para dar assessoria à Agropecuária Corona, de Amílcar Yamin, que tem um criatório na região. Hoje, a sua empresa, a Vet Plus, atende a criadores de peso na pecuária nacional. Um deles é o Grupo Revemar, de nelore, de José Francisco Diamantino. Outro é José Coelho Vitor, o “Cabo Verde”, de Passos (MG), da Fazenda Santa Lúcia, em Xingura (PA), onde cria tabapuã, gir e nelore. “É o maior tirador de leite B de gado cruzado do Brasil”, diz Galvani. Segundo explica Galvani, o gir puro é cruzado com o holandês, no Pará. “Esse cruzamento dá boas girolandas que são vendidas pelo criador, em Passos.”

Galvani também orienta produtores de genética, como a Fazenda Caracol, de Tharley Elvecio Alves, com um rebanho de nelore puro, que passa por avaliação genética em Redenção (PA) e participa do Programa de Melhoramento do Nelore, coordenado pelo professor Raizildo Lobo, da USP de Ribeirão Preto (SP). Outro produtor de genética nelore é a Fazenda Vale do Boi, de Epaminondas de Andrade. “É uma das que usam mais tecnologia na região”, diz Galvani, que acrescenta: “Faz ponderal há três anos na Associação Brasileira de Criadores de Zebu.”

(Estadão/SP) – Quarta feira, 16 de julho de 2003
Notícia adaptada pela equipe do Boletim Agropecuário

http://www.boletimpecuario.com.br/noticias/noticia.php?noticia=not3070.boletimpecuario&tudo=sim

Tocantins agora tem mais um ETR

Revista ABCZ – Ano 2 – Nº11 – Novembro – Dezembro/2002

Araguaína abriga uma das mais novas “casas” do zebu brasileiro. Com a inauguração do escritório da ABCZ na cidade, mais agilidade no atendimento

O rebanho bovino brasileiro ultrapassou, no ano passado, as 164 milhões de cabeças. Só no estado do Tocantins, o número de animais passou a marca de 5,6 milhões. Desse total, 4,748 milhões foram destinados ao abate, o que rendeu ao estado mais de 200 mil toneladas equivalente carcaça no ano passado. Por causa dessa capacidade crescente de produção, a cada ano o investimento dos pecuaristas da região no tocante à seleção de seu gado aumenta consideravelmente.

Para impulsionar ainda mais o potencial produtivo da região, a ABCZ inaugurou no dia 11 de outubro na cidade de Araguaína, o segundo escritório técnico no estado. O outro está instalado na capital, Palmas, que, em 2001, teve um aumento de mais de 108% em registros genealógicos definitivos. No total foram 24.223 registros de zebuínos efetuados, englobando-se os de nascimento e os definitivos.

A idéia da implantação de outro ETR, agora na cidade de Araguaína, surgiu a partir de um pedido feito pelo presidente do Sindicato Rural da cidade, Ângelo Marzola, e pelo pecuarista Epaminondas de Andrade ao diretor da ABCZ João Machado Prata Júnior. Na época, João Machado participava de um dia de campo na fazenda Vale do Boi, de propriedade de Epaminondas e representava o então presidente da ABCZ Rômulo Kardec de Camargos, durante uma exposição realizada há três anos na cidade.

O escritório, que era uma reivindicação dos criadores da região, hoje é uma realidade muito bem vinda, uma vez que a pecuária no Tocantins está em franco crescimento e a região de Araguaína possui cerca de 60% do rebanho bovino do estado.

Hoje a ABCZ possui 23 escritórios técnicos regionais que cuidam de cada pedacinho do Brasil onde se desenvolve a pecuária. Para o diretor da ABCZ João Machado Prata Júnior a iniciativa tem como objetivo justamente dar um suporte técnico ainda mais rápido aos criadores de zebu do Tocantins. “Estamos interligando todos os escritórios e expandindo o atendimento. A idéia é garantir cada vez mais interatividade e maior contato com a sede”, explica.

A solenidade de inauguração do ETR contou com presenças ilustres como o secretário de Estado da Agricultura do Tocantins Nasser Yunes e o presidente do Sindicato Rural de Araguaína Ângelo Crema Marzola Júnior. Para o secretário Nasser Yunes, a iniciativa da ABCZ traduz a confiança da entidade na capacidade produtiva de seu estado. “Esse trabalho importante, desenvolvido pela ABCZ, não é apenas um suporte para dar agilidade aos negócios de nossos pecuaristas. É também uma forma de incentivo para o aumento de nossos investimentos nesse setor, que tanto tem contribuído para a rentabilidade econômica de nosso país”, disse. Yunes lembrou, também, de uma de suas iniciativas quando foi presidente do Sindicato Rural de Araguaína: a realização da primeira exposição ranqueada de nelore no estado.

Em seu discurso, o representante da ABCZ e empresário do ramo de leilões Eduardo Gomes enfa-tizou o empenho dos diretores da entidade João Machado Prata Júnior e Marco Túlio Andrade Barbosa, do membro do Conselho Consultivo da ABCZ em Tocantins Aloísio Borges Júnior e da pecuarista Virgínia Borges Adriano para a consolidação do escritório em Araguaína. Os diretores da ABCZ não puderam participar da inauguração do ETR devido a problemas técnicos durante o embarque no aeroporto de São Paulo.

http://www.abcz.org.br/site/produtos/revista/11/index.php3

Ícone do Boi Verde

Gazeta Mercantil Balanço Tocantins Set 2001

Tradicionais fazendeiros viram executivos da pecuária. Caso de Epaminondas de Andrade, 70 anos, pioneiro no melhoramento genético do rabanho nelore e correção de solos para pastagens. Ele acaba de vender a célebre fazenda Vale do Boi, mas a marca fica com a família.

O que muda no negócio do boi

Entra a tecnologia de ponta e atrás dela chegam as modernas técnicas de administração

A adoção de tecnologias modernas – como a seleção genética e a reprodução assistida – está mudando a cara da pecuária tocantinense. Nessa metamorfose, o negócio da criação de gado, como um todo, também se atualiza via adoção de técnicas administrativas voltadas para a qualidade total. Os fazendeiros de antes são chamados agora de executivos pecuaristas, responsáveis, em parte, pelo atual estouro da “boiada verde”.

De fato, o rebanho estadual de bois criados a pasto, o chamado “boi verde”, está aumentando à razão de 600 mil cabeças por ano. O crescimento em 2001 é equivalente a 10.7%, se comparado com o mesmo período do ano passado. O outro fator responsável pela expansão, porém, é a perspectiva de ganhar o mercado externo.

Ainda que a recente conquista do certificado da Organização Internacional de Epizootias (OIE), de área livre de febre aftosa com vacinação, não tenha aberto automaticamente as portas para o mundo, serviu de motivação para a melhoria na qualidade do rebanho. E representou um grande alento para a indústria frigorífica.

Um caso ilustrativo das novas tendências é o do criador Epaminondas de Andrade, de 70 anos, um genuíno executivo da pecuária. Há 18 anos e meio na fazenda Vale do Boi, em Carmolândia, na região de Araguaína, ele é o pioneiro na adoção de práticas de melhoramento genético, inseminação artificial, correção de solos para pastagens e controle informatizado de todos os procedimentos das propriedades. “Com mais cindo a sete anos, Tocantins vai assumir a primeira posição na pecuária de corte do País”, diz.

Andrade cita um conjunto de fatores – condições de clima, solos, expansão da fronteira agrícola e preço da terra – como elementos indutores da melhoria de qualidade na pecuária de corte. Ele lembra que os Estados do Sudeste – ao contrário de Tocantins – estão em fase de redução do plantel, e as terras migram para a pecuária leiteira e agricultura. “Um quilo de soja tem produção mais barata do que um quilo de carne, e ambos são commodities, com a diferença que a soja é mais fácil de transportar a longas distâncias.”

Segundo ele, as terras caras do Tocantins estão cotadas a R$ 1,5 mil o hectare, justamente na região de pecuária de corte mais desenvolvida. “Soma-se a esse preço compensador o menor custo de aprendizagem do pecuarista tocantinense, que hoje tem acesso a quase toda a base de tecnologia do campo, tanto em produtos como em procedimentos.”

A última prova de ganho de peso a pasto, realizada na Vale do Boi, confirma que as expectativas de Andrade não são infundadas. Na ocasião, pecuaristas de diversas localidades do Estado deixaram seus animais, de diferentes linhagens, alimentando-se em condições idênticas e o ganho médio diário de peso nos bois foi de 850g. Ele esclarece, contudo, que o desempenho não é uma decorrência pura e simples da genética apurada, mas sobretudo das boas condições ambientais e da qualidade do pasto. “Conseguimos chegar a resultados idênticos ao dos criadores de bois em confinamento, com até 1 kg de ganho diário em alguns animais, e sabemos que com mais tecnologia e nutrição adequada isto pode melhorar mais ainda”, anima-se Andrade.