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Práticas de manejo do rebanho Nelore e pastagens na Fazenda Vale do Boi

A santa água para o gado …

Revista DBO – Edição 465 – Julho de 2019

Demétrio Costa

Felizmente, não é um cenário comum, mas projetos pecuários que lidam com escassez de água são bom exemplo para despertar a atenção sobre a importância de fazer bom uso do recurso e, sobretudo, zelar por suas fontes. Quando comprou a Fazenda Vale do Boi, em Carmolândia, a 30 Km de Araguaína, TO, Epaminondas de Andrade não tinha problema nesta área. O padrão de chuvas era melhor que agora e o gado no sistema extensivo matava a sede nos córregos ou nas antigas cacimbas. Com a intensificação, tudo começou a mudar. Foi preciso levar água aos novos pastos, furar poço artesiano, mas logo poço passou a não dar conta e outras fontes também começaram a minguar. Há 10 anos, o respeitado selecionador de Nelore, hoje com 83 anos de vida, descobriu que precisava virar um produtor de água para sustentar o rebanho de 3 mil cabeças. O repórter Renato Villela foi até a Vale do Boi e conta, na matéria de capa, como Seu Epaminondas e o filho Ricardo domaram a situação com trabalho exemplar de preservação de nascentes.

AgroAmbiental entrevista Ricardo da Vale do Boi

#AGROAMBIENTAL​: VIVIAN MACHADO ENTREVISTOU RICARDO ANDRADE – FAZENDA VALE DO BOI

Ricardo , gestor da propriedade, fala sobre as práticas de manejo responsáveis pelo nível de produtividade muito acima das médias nacionais e regionais. Desde os cuidados com as pastagens, preservação do solo, bem estar animal e alimentação do rebanho. Aplicando inovação e tecnologia.

Pecuaristas do Tocantins Aprovam Novo Defensivo Que Controla Plantas Daninhas Lenhosas e Semilenhosas

Nesta segunda, 10, o Giro do Boi levou ao ar uma edição especial de lançamento de uma tecnologia que irá ajudar os pecuaristas no combate das chamadas “pragas duras”, como são popularmente conhecidas as plantas daninhas lenhosas e semilenhosas.

Em um dos blocos dos especial, foram ao ar entrevistas feitas com dois produtores do estado do Tocantins, o pecuarista Ricardo José de Andrade, da Fazenda Vale do Boi, de Carmolândia-TO, e o pecuarista Wagner Martins Borges, da Fazenda Nova Guia, em Araguanã-TO, que também tem propriedade na região de Ananás-TO.

“Nós somos preocupados em trabalhar com produtividade, e produtividade passa por combater eventuais problemas e pragas que existem na propriedade. As plantas daninhas, principalmente de folhas largas, são um problema para a região. Ao longo do tempo a gente vem utilizando produtos que nos auxiliam a isso e a chegada de novas tecnologias vem ao encontro daquilo que a gente que precisa. O produto certo para tratar da praga que a gente quer combater”, afirmou Ricardo. “Hoje com essa tecnologia, de um produto que combate mais as pragas lenhosas, aí seria a cereja do bolo, porque elas são aquelas que tinham um combate com maior dificuldade, e hoje passamos a ter mais facilidade. Então esses novos produtos vêm ajudar a gente sensivelmente no trabalho do dia a dia da fazenda”, ressaltou.

Ricardo também destacou a sustentabilidade do produto, classificado como “faixa verde” pela Anvisa, (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): das quatro faixas de classificação estabelecidas pela agência para produtos da categoria, a nova linha foi enquadrada no menor nível de impactos para os aplicadores e para o meio ambiente. “É tudo aquilo que a gente procura. Produtos que tragam benefício, uma melhoria da produtividade, sem agressão, porque hoje é a pauta, proteger o meio ambiente, e nossa preocupação também é não atrapalhar os nossos colaboradores. Isso faz parte do contexto, pensar em aumento de produtividade, que passa pela utilização das novas tecnologias, correção de solo, adubação, preocupação com os animais, com o meio ambiente, manejo racional, tudo isso é fundamental para ter uma pecuária lucrativa, competitiva. É tudo aquilo que meu pai sempre almejou, trabalhou e nós fazemos isso na Fazenda Vale do Boi”, disse o pecuarista em referência ao seu pai, Epaminondas de Andrade.

controle-foliar-plantas-lenhosas-semilenhosas

Já Wagner Borges destacou o problema da competição das pastagens com as plantas daninhas. “A infestação das pragas daninhas é um problema sério, porque tem a competição com o capim. Quanto mais pragas daninhas, menos produtividade, que reflete em menos lucratividade. Para a gente é menos ganho de peso, menos lotação da pastagem. Isso é realmente um problema sério para a pastagem. E nossa região é mesmo propícia para o desenvolvimento de plantas daninhas, tem a questão da umidade, do tempo, é muito úmido e quente”, salientou.

Wagner listou ainda as plantas daninhas que mais infestam as suas pastagens. “Além das pragas moles, ainda tem as de folhas lisas, folhas largas, que são um problema sério. A gente não tinha ainda um produto específico para combater os cipós, as pragas mais duras. E agora com esse novo produto a gente tem esperança de ter um bom combate para estas pragas”, admitiu.

fonte: www.girodoboi.com.br/videos/pecuaristas-do-tocantins-aprovam-novo-defensivo-que-controla-plantas-daninhas-lenhosas-e-semilenhosas/

 

https://vimeo.com/396524809

Evento no Tocantins reúne pecuaristas e apresenta tecnologia para limpeza de pasto

Foi realizado na última sexta-feira, dia 23, em Carmolândia, estado do Tocantins, uma edição do Dia na Varanda na Fazenda Vale do Boi, do pecuarista Epaminondas de Andrade, promovido pela Corteva Agriscience, a divisão agrícola Dow DuPont, para lançar a tecnologia XT para os pecuaristas do estado.

Dia na Varanda - equipe da Faz. Vale do Boi e Corteva Agriscience - 2018
Dia na Varanda – equipe da Faz. Vale do Boi e Corteva Agriscience – 2018

No evento, cerca de 80 produtores, demais profissionais e estudantes, acompanharam também o lançamento do primeiro produto da linha, o Tordon XT, que ajuda no combate a plantas daninhas como as Sidas (guanxuma, guanxuma-branca ou malva-branca), fedegoso-branco, canela-de-perdiz, casadinha, cheirosa e carqueja.

Além disso, o dia de campo levou para um bate papo com os pecuaristas o zootecnista Adilson Aguiar, mestre em solo e meio ambiente e professor da Fazu.

Veja no vídeo abaixo : https://www.girodoboi.com.br/videos/dia-na-varanda-reune-pecuaristas-no-to-para-lancar-tecnologia-para-limpeza-de-pasto/

Propriedade no norte do estado investe em sistema de abastecimento para o gado

Propriedade no norte do estado investe em sistema de abastecimento para o gado;

http://g1.globo.com/to/tocantins/jornal-do-campo/videos/v/propriedade-no-norte-do-estado-investe-em-sistema-de-abastecimento-para-o-gado-acompanhe/6266540/

https://globoplay.globo.com/v/6266540/

Assista #JornalDoCampoTO pelo #GloboPlay https://globoplay.globo.com/v/6266540/?utm_source=twitter&utm_medium=share-player-desktop

Fazenda Vale do Boi é parceira da palestra sobre Manejo Racional de Bovinos.

Palestra Manejo Racional Bovinos - Fev/2016Encontro/ Palestra sobre Manejo Racional de Bovinos

O Encontro/ Palestra tem como objetivo principal o treinamento e aperfeiçoamento de profissionais (pecuaristas, capatazes, vaqueiros, técnicos e demais interessados) em práticas de manejo. A ênfase doevento está na utilização dos conhecimentos sobre o comportamento dos bovinos para a definição de estratégias de manejo, de forma a reduzir o estresse animal. A adoção dessa nova filosofia de trabalho contribui para melhorar nossa interação com os bovinos, proporcionando: melhoria do bem-estar dos animais, melhores condições de trabalho, diminuição de perdas e maior produtividade.

Horário: 08:00 às 12:00 e 14:00 às 18:00

Data: 20/02/2016

Palestrante: Prof. Dr. Mateus Paranhos – UNESP – Campus de Jaboticabal/ SP

Número de vagas: 80 vagas

Obs.: Inscrições gratuitas e no local do evento

Local: Auditório do SEBRAE em Araguaína/ TO

Temas abordados:

 

  • Custos da má qualidade na produção de bovinos
  • Aspectos fundamentais no comportamento de bovinos
  • Interações humano-bovinos no dia-a-dia da fazenda
  • Infraestrutura para o manejo de bovinos
  • Manejo Racional de bezerros ao nascimento

 

  • Tópicos em Manejo Racional:
    • Na Desmama
    • Na condução de bovinos ao curral: apartação, embretamento, condução ao tronco de contenção e contenção.
    • Na vacinação
    • Na identificação
    • No embarque

Realização: Sindicato Rural de Araguaína

Parceiros: Faz. Vale do Boi, Sebrae, Agroquima, Romancini e UFT.

A pecuária de corte gera empregos (inclusive nas cidades), riquezas, impostos e produz a melhor fonte de proteínas para o homem, a carne

BeefPoint lançou seu prêmio mais importante do ano para reconhecer e celebrar quem faz a diferença na pecuária de corte brasileira.

Nosso trabalho é focado em 3 pilares: conhecimento, relacionamento e inspiração. Tudo isso com foco em uma pecuária mais moderna, lucrativa e eficiente. Realizar um prêmio que seja uma festa e uma homenagem a essas pessoas especiais da pecuária de corte é a melhor maneira que encontramos para trazer inspiração a todos os envolvidos na cadeia da carne. Celebrar e destacar os bons exemplos é o caminho que encontramos e por isso sempre realizamos o Prêmio BeefPoint.

A premiação ocorreu durante nosso maior evento de 2013, o BeefSummit Brasil, que reuniu mais de 1.000 pessoas em Ribeirão Preto, SP, nos dias 10 e 11 de dezembro de 2013.

A cerimônia de entrega dos prêmios e divulgação dos ganhadores foi no final do dia 10 de dezembro, após as palestras e antes do coquetel com Chopp Pinguim e degustação de carnes especiais.

Para conhecer melhor os finalistas de cada categoria, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com cada um deles.

Confira abaixo a entrevista com Eduardo Penteado Cardoso, pecuarista e um dos finalistas e vencedor do Prêmio BeefPoint Brasil na categoria – Produtor – Destaque Bem-estar Animal.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do Brasil hoje?

Eduardo Penteado: O maior desafio é manter a competitividade da atividade, pois diversas áreas de pastagens vêm perdendo espaço para culturas diversas. O principal motivo é econômico, pois de uma forma geral a agricultura vem se mostrando mais rentável do que a pecuária de corte.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no brasil?

Eduardo Penteado: Internamente, é preciso ter atenção especial ao gerenciamento das fazendas, especialmente o fluxo de caixa, lembrando sempre que Lucro = Receita – Despesas. As margens da pecuária são muito pequenas e administrar bem as despesas torna-se vital na atividade. Nesse contexto, por menores que sejam, é muito importante que sejam corretas e bem pensadas as decisões que temos que tomar todos os dias. Não existe, em larga escala, um “pulo do gato” na pecuária de corte.

Na maioria das vezes, a viabilidade econômica é alcançada pela somatória dessas pequenas decisões que precisamos tomar todos os dias. Nunca podemos esquecer a segurança econômica que a atividade nos traz, quando comparada com a agricultura. E isso em geral não é traduzido em números quando se compara agricultura e pecuária de corte.

Externamente, seria muito importante aumentar a demanda pela carne vermelha. Isso seria feito com campanhas de propaganda inteligentes, mostrando para a população urbana que a pecuária de corte não se resume às novelas de televisão, tampouco aos leilões de elite. Ela não é a vilã do meio ambiente, lembrando que ocupa enormes áreas de pastagens perenes, verdes a maior parte do ano: as plantas exercem a fotossíntese, sequestrando o carbono da atmosfera e liberando o oxigênio. Trata-se de um verdadeiro filtro natural.

A pecuária de corte brasileira é executada por um enorme contingente de pessoas distribuídas por todo o país, dando empregos a milhões de trabalhadores (inclusive nas cidades), gerando riquezas e impostos e, o mais importante, produzindo a melhor fonte de proteínas e minerais para o homem: a carne vermelha. Isso tudo a partir de 3 fatores relativamente abundantes na natureza: sol, água e nutrientes do solo.

BeefPoint: Você poderia nos contar sobre os acertos? O que fez e deu certo em sua carreira? Qual a sua maior realização?

Eduardo Penteado: Profissionalmente, a maior realização foi o envolvimento com a pecuária de corte através da seleção da raça Nelore, a base da produção de carne em nosso país. A opção foi por uma linhagem antiga e fechada, Lemgruber, que por ser um tanto homozigótica, tem a finalidade de promover o “choque de sangue” quando utilizada com animais da raça Nelore de outras origens.

Adicionalmente, esse trabalho de seleção permitiu que se pudesse aquilatar o potencial que essa raça apresenta para ser melhorada em diversas características.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Eduardo Penteado: É difícil particularizar um erro. Talvez o fato de eu ter me envolvido um pouco tarde com o gado, o que me privou por muitos anos desse grande prazer que é o contato com os animais.

BeefPoint: O que você fez em 2013 que te trouxe mais resultados?

Eduardo Penteado: Dei continuidade ao trabalho de seleção genética da linhagem Lemgruber, mantendo inalterada a filosofia que vem sendo adotada desde 1982 e é baseada em 4 pilares:

  • Adaptação ao ambiente (pasto)
  • Fertilidade
  • Aptidão econômica
  • Padrão racial

Uma filosofia objetiva aliada à qualidade das informações coletadas tem grandes possibilidades de levar o trabalho de melhoramento genético ao sucesso, onde a geração mais nova deve ser mais eficiente do que a mais velha. Em 2013 ficou evidente o excelente desempenho do Lemgruber nos diversos sumários de avaliação genética.

Foi também o ano em que a linhagem Lemgruber ultrapassou mais da metade de influência nos touros Nelore com sêmen à venda nas 9 maiores centrais de inseminação artificial no Brasil: 52,9% dos reprodutores dessa raça cujo sêmen está à venda, tem algum grau de sangue Lemgruber.

BeefPoint: O que você pretende fazer em 2014? quais são seus planos?

Eduardo Penteado: Continuar a seleção genética nos moldes atuais, sempre preservando a qualidade das informações coletadas e buscando incessantemente animais melhoradores. A satisfação dos clientes, principalmente no aspecto econômico, é fator fundamental. Pretendemos dar mais visibilidade ao trabalho de criação e seleção efetuado na Fazenda Mundo Novo.

BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Eduardo Penteado: Mostrar a eles que a pecuária de corte é uma atividade nobre, pois vem suprir, como foi dito, a melhor fonte de proteínas e minerais para a população cada vez mais urbanizada. É também uma atividade rentável desde que bem gerenciada. E é extremamente gratificante pelo envolvimento entre o homem e o gado, cujo relacionamento existe desde a pré-história.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuarista do futuro do brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Eduardo Penteado: Respeito muito as pessoas que vivem exclusivamente da pecuária. Dentro desse princípio, tenho um especial apreço pelo trabalho executado na Fazenda Vale do Boi, pelo meu amigo Epaminondas de Andrade, em Araguaína/TO. É um exemplo de gerenciamento, com muita objetividade e sem complicações. É uma prova de que a atividade pecuária dá lucro.

Também admiro a persistência dos Srs. Geraldo de Paula (Fazenda Papagaio, em Curvelo/MG) e Paulo Lemgruber (Fazenda São José, em Carmo/RJ). Além de depender da pecuária a vida toda, eles resistiram bravamente às novidades que surgiram ao longo do tempo e mantiveram-se fiéis à linhagem Lemgruber, trazida para o Brasil por Manuel Lemgruber em 1878.

BeefPoint: Em sua opinião, qual fazenda se destaca na pecuária hoje?

Eduardo Penteado: Gosto muito do Grupo CFM, que há muitas décadas vem exercendo um excelente trabalho de seleção genética da raça Nelore, produzindo animais que têm contribuído muito para a pecuária brasileira.

BeefPoint: Por que você acha que foi finalista do prêmio BeefPoint Brasil?

Eduardo Penteado: Talvez por ter sido um dos primeiros criatórios a se envolver com seleção da característica “temperamento” no Brasil e a adotar manejo mais racional no rebanho. O bovino existe para servir ao homem e precisa exercer as atividades que este quiser.

Todavia, pode-se induzir o animal a exercer essas atividades sem contrariar o seu instinto. Para isso, precisamos estudar o comportamento dos bovinos diante das diferentes situações, trazendo esses conhecimentos para o nosso próprio benefício. Quando chegamos a esse ponto, estamos proporcionando-lhes o bem-estar e ao mesmo tempo fazendo com que nos sirvam e satisfaçam as nossas necessidades.

BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas?

Eduardo Penteado: Seria a mesma para os jovens: a pecuária é uma atividade nobre pela qualidade do alimento que ela produz e pela melhoria ambiental que ela proporciona. É também passível de ser lucrativa, desde que gerenciada de forma adequada, com um olho fixo nas despesas.

Finalmente posso afirmar que traz uma enorme satisfação pessoal e proporciona uma excelente qualidade de vida para quem gosta.

 

http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/entrevistas/a-pecuaria-de-corte-gera-empregos-inclusive-nas-cidades-riquezas-impostos-e-produz-a-melhor-fonte-de-proteinas-para-o-homem-a-carne-eduardo-penteado-cardoso-produtor-destaque-bem-est/

Há quase 30 anos abolimos o ferrão e a gritaria com o gado

Epaminondas, Ricardo e PauloHá quase 30 anos abolimos o ferrão e a gritaria com o gado, e estamos colhendo resultados surpreendentes – Epaminondas de Andrade

bem-estar animal tem sido preocupação crescente entre pesquisadores, produtores e consumidores de todo o mundo que passaram a exigir com maior intensidade uma conduta humanitária no tratamento dos animais, no que diz respeito à produção, transporte e abate.

Assim, para mostrar o que está acontecendo de mais atual no Brasil  e no mundo frente a área de bem-estar animal, na cadeia produtiva bovina, o BeefPoint preparou algumas entrevistas com diversos pecuaristas que já adotam medidas de manejo que visam as boas práticas de manejo, compartilhando casos de sucesso na pecuária de corte.

Confira abaixo, o caso de sucesso da Fazenda Vale do Boi, propriedade de Epaminondas de Andrade, no município de Carmolândia, região de Araguaína na região norte do Tocantins:

BeefPoint: Por favor, conte sobre o trabalho que vem desenvolvendo na área de bovinocultura de corte e bem-estar animal na sua propriedade.

Epaminondas de Andrade: Junto com meus filhos Ricardo José e Paulo Henrique trabalhamos na pecuária de corte, com ênfase no melhoramento genético da raça Nelore utilizando o PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos), sendo que em 2015 faremos 40 anos de seleção. Sempre fomos preocupados com o respeito aos animais. Há quase 30 anos abolimos o ferrão e a gritaria com o gado, sendo que nos últimos tempos aumentamos a atenção para o “chamado bem-estar animal”.

BeefPoint: Quais técnicas/práticas você desempenha em sua fazenda que resultou em bons resultados, quando o tema é bem-estar animal?

Epaminondas de Andrade: Foi realizado na propriedade no ano de 2006, o curso de Manejo Racional de Bovinos de Corte, ministrado pelo Professor Mateus Paranhos. Assim passamos a adotar algumas medidas de resultado, tais como:

  • Uso de bandeira para condução do gado
  • Não há gritos com os animais
  • Fazemos tratamento e vacinações um a um no brete de contenção
  • Quando colocamos sal mineral ou proteinados chamamos os animais para o cocho
  • Fazemos a cura do umbigo e tatuagem dos recém-nascidos no próprio pasto sem agressividade e brutalidade

A partir de então colhemos resultados surpreendentes, como uma maior facilidade no trabalho com os animais, redução na mortalidade dos bezerros e outros acidentes, bem como, conforto e segurança para os trabalhadores. O rebanho ficou mais dócil!

BeefPoint: Conte para nós qual a aceitabilidade de sua equipe quanto às técnicas de bem-estar animal? Como é feito o treinamento de seus funcionários?

Epaminondas de Andrade: A aceitabilidade foi razoável, mas aos poucos foi fazendo parte do dia a dia. Nossa rotatividade é pequena, mas quando entra um novo funcionário ele vai aprendendo com os mais velhos ou com nossas explicações, mas sempre é preciso fazer uma reciclagem.

BeefPoint: Quais instalações de sua propriedade são adequadas para as técnicas de bem-estar?

Epaminondas de Andrade: Nossos currais foram feitos antes de conhecermos os atuais anti-stress, mesmo assim foram planejados para um manejo mais tranquilo e seguro. Ao redor dos currais mantemos piquetes para não acumular muitos animais fechados.

Estamos instalando bebedouros com água de qualidade para o rebanho,  uma vez que pesquisas mostram que podemos ter aumentos de mais de 20% em desempenho econômico. Também mantemos arborização nas pastagens para o conforto dos animais.

BeefPoint: Por que decidiu adotar medidas de bem-estar animal em sua propriedade? Teve o apoio de alguma empresa e/ou profissional da área?

Epaminondas de Andrade: Estamos convencidos de que a melhor maneira de aumentar a rentabilidade na pecuária de corte é com o aumento da produtividade e isso se consegue com genética, nutrição, sanidade e manejo. Tivemos diversas contribuições para tal, sendo que para lidar com o gado o Professor Mateus Paranhos foi essencial.

BeefPoint: O que a sua propriedade difere das demais? As que utilizam boas práticas de manejo e as que não utilizam?

Epaminondas de Andrade: Somos preocupados com o futuro de nossa atividade, e meus dois filhos e eu vivemos intensamente o dia a dia de nosso negócio. Quanto às diferenças com outras propriedades nós temos trabalhadores mais felizes, menor rotatividade, menos acidentes tanto de caráter pessoal quanto animal, obtendo maior produtividade.

BeefPoint: Em relação ao manejo de bovinos, quais os erros mais comuns cometidos  em sua propriedade?

Epaminondas de Andrade: O erro mais comum é o de não entender ao certo, como o animal reage com a presença do homem.

BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas que pretendem praticar técnicas relacionadas ao bem-estar animal?

Epaminondas de Andrade: Os resultados são palpáveis a qualquer leigo. Estamos no século 21 e a pecuária de corte precisa evoluir muito para competir com outras atividades, hoje existe tecnologia para triplicar os índices de produtividade assim como o retorno sobre o investimento, e as técnicas de manejo racional e bem-estar animal são fundamentais.

http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/ha-quase-30-anos-abolimos-o-ferrao-e-a-gritaria-com-o-gado-e-estamos-colhendo-resultados-surpreendentes-epaminondas-de-andrade-fazenda-vale-do-boi/

Tocantins lança campanha oficial e comemora 16 anos sem febre aftosa

Tocantins lança campanha oficial e comemora 16 anos sem febre aftosa“Temos grande orgulho de executar as ações de Defesa Agropecuária e darmos a nossa parcela de contribuição ao Tocantins ”, disse o presidente da Adapec – Agência de Defesa Agropecuária, durante a abertura oficial da primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que ocorreu na manhã deste sábado, 4, na Fazenda Vale do Boi, em Carmolândia. Na cerimônia, também foi comemorado os 16 anos livre da febre aftosa com vacinação.

O proprietário da Fazenda, Epaminondas de Andrade, afirma que a sua criação é exclusivamente de gado nelore, em torno de 3,5 mil cabeças, e um programa de melhoramento genético com diversas premiações. Para chegar a este patamar Epaminondas relata que seguiu todas as normas estabelecidas pelas legislações federais e estaduais. “Somos dedicados, o solo para o gado é corrigido, o manejo é racional, porque temos o maior respeito pela criação. Nisso está incluído também a vacinação contra febre aftosa, pois qualquer imprevisto pode por em risco não só o meu rebanho, mas de todo Brasil”, destacou.

Durante o pronuciamento, o presidente da Adapec, Marcelo aguiar Inocente, ressaltou as ações executadas por todos da cadeia produtiva pecuária que fez do Tocantins um destaque nacional em produtos de qualidade. “Os produtores rurais estão de parabéns por terem entendido a importância de vacinar o rebanho. Tenho certeza que esta campanha será um sucesso”, acrescentando que o Estado está de braços abertos para receber rebanho de outros estados, desde que seja sanitariamente igualitário, como prevê o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além disso, falou da importância dos convênios firmados com o Mapa em parceria com o governo do Estado que permitirá a aquisição de computadores e camionetes, entre outros.

Na oportunidade, o vice-presidente da Faet – Federação da Agricultura e Pecuária, Paulo Carneiro, afirmou que a instiuição fará doação de vacinas contra a febre aftosa aos sindicatos rurais do Estado e as cidades que não tem sindicatos, as doses serão enviadas para as prefeituras.

Em 2012 o Tocantins exportou 37 mil toneladas de carnes, produtos e subprodutos, num total de arrecadação de U$ 161,88 milhões de dólares. O superintendente Federal da Agricultura, Jalbas Aires Manduca, falou da importancia economica de estar livre da febre aftosa com vacinação e da luta da região Nordeste em busca da melhoraria do status sanitário. “Digo aos produtores, não vacilem, temos de manter nosso status, que foi uma conquista conseguida a duro sacrifício”, disse.

Para o secretário da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Jaime Café, a campanha será um sucesso, com o empenho de cada produtor tocantinense que faz e fará a sua parte. “Agradeço aos colaboradores da Adapec que tem feito seu papel de maneira extraordinária e do compromisso dos produtores rurais que estão engajados nesta luta”, disse. Na ocasião, o secretário anunciou a criação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Adapec. “O governador Siqueira Campos determinou que até o final do mês a minuta esteja pronta e no momento adequado encaminhará a Assembleia Legislativa”.

O vice-governador do Estado, João Oliveira, enalteceu o comprometimento da Agência e a conscientização dos produtores rurais em manter o estado livre da febre aftosa. “É importante termos o apoio técnico, vigilante para nossos produtores poduzirem cada vez mais. A vacinação é a garantia da sanidade animal, por isso devemos colaborar com a garantia da saúde animal e da população”, disse.

Também participaram do evento, o prefeito de Carmolândia, Sebastião Bastin, o Secretário de Desenvolvimento Agrário e Regulação Fundiária, Irajá Abreu, o Deputado Estadual, Osires Damaso, a Deputada Estadual, Amália Santana, o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas e demais autoridades.

Entrega de camionetes

Durante o evento, foi entregue 17 camionetes modelo L 200 triton em uma parceria entre o Mapa e o governo do Estado, por do convênio nº 771213 da área vegetal e convênio nº 771224 da área animal. Os carros servirão para fortalecer as ações de Defesa, Inspeção e Sanidade Animal e Vegetal em todo o Estado.

Campanha

A primeira etapa da campanha acontece entre os dias 1º e 31 de maio. Neste período todos os bovídeos devem receber a dose da vacina, indiferente da faixa etária. Após vacinar o gado, o produtor tem até 10 dias para declarar o ato, nas unidades da Adapec, onde sua ficha cadastral é movimentada. É preciso levar a nota fiscal da vacina e a Carta-aviso com dados de todos os animais da propriedade.

Para produtor que deixar de vacinar a multa é de R$ 5,32 por cabeça de animal e R$ 127,69 por propriedade não declarada. É importante ressaltar que a partir do dia 1º de maio, para emissão da GTA – Guia de Trânsito Animal é preciso comprovar a vacinação, pois o transporte ilegal sem a guia gera ao produtor multa de R$ 42,56 por cabeça de animal e R$ 127,69 ao transportador, além das sanções previstas na Lei.

http://www.adapec.to.gov.br/noticia.php?id=897