Epaminondas de Andrade colocou sua fazenda Vale do Boi como modelo de produção de touros Nelore no Norte do País
Quando DBO desembarcou no aeroporto de Araguaína, no extremo leste do Tocantins, não imaginou que encontraria Epaminondas de Andrade com uma placa nas mãos, usando a mais antiga técnica de identificação em salas de desembarque. “Caso não me reconhecesse pela cabeça branca, saberia quem sou pelo papelzinho”, explicou, sem imaginar que era impossível não reconhecê-lo. Epaminondas de Andrade é um dos grandes nomes da pecuária de corte e referência em melhoramento genético no Norte do País.
Foi um dos primeiros a aderirem ao Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu), há quase 30 anos, e, recentemente, teve suas habilidades de gestão reconhecidas no Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE) do Sebrae, que o consagrou como referência em administração rural no País.
“Apliquei a experiência de uma vida como gestor de indústrias da porteira para dentro”, disse Epaminondas. “Optei por produzir genética Nelore. E quis fazer tudo certinho.” Aos 78 anos de idade, o criador é um dos poucos produtores brasileiros a terem o controle exato do quanto gasta para produzir touros na Fazenda Vale do Boi, onde também faz ciclo completo no município de Carmolândia, a 27 km de Araguaína.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) apontam que apenas 7% do rebanho nacional apresentou mudanças significativas em razão do uso de genética nos últimos anos. Deste número, é ainda menor o percentual de criadores que conseguem determinar com exatidão os gastos deste item no sistema de produção. “É muito caro produzir um animal que vai melhorar a qualidade do rebanho de outro. E, comparado ao mercado atual, que está cada vez maior, há uma lacuna no trabalho de coleta, mensuração e tabulação dos custos dentro das fazendas”, afirma Sérgio De Zen, coordenador das áreas de carnes do Cepea e responsável pelos dados divulgados na ExpoGenética, em Uberaba, MG. “Neste caso, exceções são bem-vindas.” Na Fazenda Vale do Boi, do total de R$ 1,5 milhão dos custos de produção de 2013, R$ 300.000 corresponderam ao adicional por causa da genética. “O controle de uma fazenda é fundamental para que se possa mensurar a rentabilidade do negócio escolhido”, analisa Epaminondas. “Muito pecuarista acha que balanço é caixa. Pode sobrar dinheiro na conta bancária, sem significar lucro. Você pode ter comido estoque, depreciado máquinas… É preciso estar atento.”
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Fonte: Revista DBO