O CDP, serviço de Controle de Desenvolvimento de Ponderal, da ABCZ registrou em 2011 mais de um milhão de pesagens. O número exato subiu de 919.581 em 2010, para 1.005.982, revelando uma evolução de quase 10% no volume de trabalho executado em 2.796 rebanhos controlados que pertencem a 2.179 criadores participantes da prova zootécnica que é a base de dados do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos).
O número é grandioso e chama atenção por representar um volume de coleta de dados inédito no Brasil e no mundo, e por sinalizar o empenho profissional dos associados e técnicos de campo da ABCZ no trabalho pelo melhoramento genético das raças zebuínas.
“Os técnicos da ABCZ, tem muito mérito nas conquistas geradas pelas avaliações do PMGZ. O grupo que vai a campo é obstinado. Faça chuva ou faça sol, eles estão nas fazendas junto com os criadores e gerentes. Não existe estrada ruim capaz de parar esse pessoal. Se não for de carro, chega de avião, de trator ou em sela, mas na hora da pesagem está todo mundo ali, com pé no curral. Todos os envolvidos no processo de coleta de dados e geração de índices estão de parabéns”, diz o gerente de fomento da ABCZ, Lauro Fraga Almeida.
Perto de completar 44 anos de implantação, o PMGZ é um programa líder no mercado, e com reconhecimento da classe pecuária pela abrangência e por estar constantemente em evolução, oferecendo aos participantes facilitadores e novas ferramentas. Um exemplo é a introdução de avaliações de carcaça por ultrassonografia. A geração de dados que foram padronizados em nível internacional para área de olho de lombo, cobertura de gordura e deposição nos cortes traseiros vai trazer novas perspectivas para os selecionadores em um prazo médio. Outra inovação foi a disponibilização das curvas de tendências genéticas do rebanho, para a qual a ABCZ desenvolveu um software que formula e apresenta índices dos rebanhos e das raças em gráficos. A interpretação em gráficos pode ajudar a definir o objetivo da seleção ou ajustar o foco da criação, conferindo mais precisão ao trabalho de acasalamento dirigido e assim aumentando a probabilidade de melhorar as características qualitativas dos plantéis.
O nelorista Otoni Verdi, do estado de Goiás, participa do PMGZ há 23 anos. Como vantagens do serviço ele enumera a consistência de informações para trabalhar com pressão de seleção principalmente sobre as fêmeas. “O PMGZ nos ajuda a definir o rumo da seleção. Na Água Boa conseguimos trabalhar de forma objetiva a função dos machos na reprodução ou produção, e das fêmeas na fertilidade e habilidade materna. Criamos touros para central e repasse, mas todos tem um fim comercial. Quanto as fêmeas, esperamos que elas tenham um parto ao ano, criem e desmamem bem os bezerros, e voltem ao cio em boas condições físicas, pois são elas que ficam na fazenda e sustentam a base genética do plantel. Com as avaliações do PMGZ colocamos o rebanho em um sistema produtivo, rentável e isento de modismos. Isso significa benefícios para o criador, para o mercado e até para o consumidor final que vai ter um produto de melhor qualidade à mesa”, explica o criador.
No estado do Tocantins, município de Carmolândia, um rebanho da raça nelore, construído sobre indicativos do PMGZ tem feito história em nível nacional. O gado da Fazenda Vale do Boi, de Epaminondas Andrade, comprova a segurança do programa com resultados no ranking e no mercado. Reprodutores VB integram times das centrais de sêmen, batem recordes de comercialização e despontam no Sumário de Touros como líderes em várias características e categorias. O criador que este ano receberá a comenda Mérito ABCZ, na categoria nacional, durante a ExpoZebu declara que hoje não saberia mais trabalhar sem uma ferramenta de avaliação genética, mesmo em um rebanho comercial. “Andei pesquisando alguns programas europeus e americanos. Alguns trabalhos têm mais tempo que o da ABCZ, mas não chegam perto do volume de animais e da abrangência do PMGZ. Esses modelos matemáticos são muito competentes quando aplicados nos animais contemporâneos, e realmente identificam os indivíduos melhoradores na essência genética. Se não fosse por isso, nós nunca conseguiríamos as avaliações atuais, pois a estrutura da Vale do Boi é simples e não tem artificialismos. A ausência de mecanismos convencionais como creep feeding caracteriza a qualidade das matrizes para habilidade maternal. Outro benefício direto e gradual é para a equipe de trabalho. Nossos colaboradores pensam iguais, o olho deles está treinado em um padrão uniforme de desenvolvimento e quando algum fato sai do padrão conhecido para o desenvolvimento econômico, os vaqueiros são os primeiros a nos alertar. 44 anos de dados em um programa e um milhão de pesagens em um ano é um marco, algo para ser comemorado”, conclui o titular da Vale do Boi.
“Eu observo a evolução continua do CDP. Ano a ano novos rebanhos são inseridos no programa e os criadores estão comprometidos com a evolução genética de seus criatórios. Outros números, além do comemorado milhão de pesagens, como o crescimento de 260% nos volume de animais avaliados na ultima década, também evidenciam isso. A importância do CDP é muito abrangente, os dados gerados nesta prova zootécnica possibilitam ao pecuarista conhecer de forma rápida os animais de sua propriedade com os maiores índices de ganho em peso e consequentemente avaliar os touros e matrizes da propriedade. Outro ponto a ser destacado é o Sumário de Avaliação Genética do PMGZ Corte que tem como base os dados obtidos pelo CDP”, destaca o gerente de provas zootécnicas da ABCZ, Ismar Carneiro.